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Entra hoje a nova estação. Chegou a Primavera.
Pobre e triste Primavera, a deste ano.
O mundo ensandeceu.
As pessoas perderam o pouco da empatia e preocupação que ainda lhes restava. Mais depressa e facilmente atuam em prol de gatos ou cães ou cavalos ou touros, ou do ambiente, do que das pessoas.
Só se atua por reflexo e para ficar bem na fotografia. Percentualmente são residuais quantos atuam por genuína preocupação com o seu semelhante, e o fazem anonimamente. As redes sociais, as reportagens das televisões, as parangonas dos jornais, são chamarizes muito apelativos para fazer propaganda a empresas, a grupos ou a pessoas carentes de atenção. Ao menos que isso sirva para que façam algo de bom, mas é uma tristeza e uma vergonha que só o façam por essas razões.
E há ainda os mandantes dos países, incluindo o meu, que só fazem o muito pouco que fazem, por pressão das redes sociais e da propaganda que existe à volta desta guerra. É lamentável e vergonhoso!
Claro que há muita gente boa. Ainda há, Graças a Deus! Muita gente boa que tudo deixa para ajudar quem precisa. E são essas pessoas boas que me seguram, e me fazem não ter ainda perdido toda a esperança na humanidade.
Estamos em guerra! Não só na Ucrânia, mas em todo o mundo. Nuns lugares, com combates mais acirrados do que noutros, mas em guerra generalizada.
No nosso caso, só falamos da Ucrânia. E falamos bem.
Se todas as guerras são injustas, esta é tão ou mais injusta que outras, porque nos toca, mexe connosco, vemos as imagens e o sofrimento das pessoas, todo o dia, a todas as horas. E conhecemos o execrável mandante, que ordena matanças com o ar mais seráfico que se possa imaginar.
São já três milhões de deslocados nesta guerra. Muitos países, incluindo o meu, recebem e acolhem muitos deles, e os mais que aí virão. Mas, até ver, são ainda muito poucos, os que Portugal acolhe, se os compararmos com os números totais. Mas como dizia o poeta Galego, “O Caminho Faz-se Caminhando”.
Façamos pois, um bom caminho, cheio de solidariedade, amor pelo próximo, e esperança em dias melhores.
Por decisão do autor, este artigo encontra-se escrito em Português, e não ao abrigo do «novo acordo ortográfico».