Ser português na Suíça

Ser português na Suíça é quebrar o gelo das montanhas com a nossa personalidade calorosa. É marcar presença entre o silêncio dos suíços. É transmitir as nossas emoções sem ser preciso verbalizá-las.

É andar pelas longas ruas de Zurique e ficar feliz ao ouvir um português falar. Ou ir a uma estação de comboio, elevar o tom de voz e dar nas vistas.
É andar descontraído e olhar para tudo como se fosse a primeira vez. Ou como se diz na nossa terra: é como “um burro a olhar para um palácio”.

Ser português é viver a cultura como se fosse uma extensão do nosso corpo. É dançar o folclore até à exaustão. É não deixar que a nossa língua seja esquecida, transmitindo-a aos mais novos.

É preparar uma sala de festas no dia anterior. É trabalhar em equipa e andar no dia seguinte com olheiras por não termos dormido. É ver nos rostos de cada um o esforço para que naquele dia e durante umas horas toda a gente se esqueça que estamos a quilómetros de distância da aldeia que nos viu nascer.

Ser português é estar entre portugueses a ouvir ranchos, pimbas e concertinas. É comer lombo, uma feijoada e um bacalhau assado. É ouvir uma miscelânia de sotaques: uns do minho, outros de trás-os-montes, outros do Porto. E quando juntamos isto às asneiradas o resultado é só um: rir e sorrir de orelha a orelha.