Covid-19: O Reino da Bélgica começa a ver uma luz ao fundo do túnel



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O Reino da Bélgica começa a ver uma luz ao fundo do túnel e após o fim do Conselho Nacional de Segurança do dia 24 de Abril, foi decidido que o país voltaria a re-abrir a sua economia por meio de várias fases.

O desconfinamento tem então início no dia 4 de maio de 2020, sete semanas depois da implementação das restrições para fazer face à covid-19, e prevê a utilização obrigatória de máscaras de proteção nos transportes públicos, por todos os maiores de 12 anos. A actividade industrial e económica voltará a ser reaberta e a partir do dia 11 de maio será autorizada a reabertura do comércio, contudo as escolas - será progressivo e as 'maternelle' continuarão fechadas - cabeleireiros e eventualmente museus reabrirão somente no dia 18 de maio.
Finalmente no dia 8 de junho, e tendo em conta o melhor dos cenários, finalmente será reaberto progressivamente todos os restaurantes, cafés e bares.

O mais interessante será investigar e analisar como a Bélgica lidou com a crise sanitária, até porque permitirá reduzir o impacto duma nova pandemia ou duma possível segunda vaga do Covid-19.

Tanto a Bélgica como Portugal são pequenos países com um número semelhante de habitantes, no entanto à data de hoje - 25 de Abril 2020 - o número de infectados na Bélgica é sensivelmente o dobro, e o número de óbitos são quase 8 vezes superiores aos de Portugal!
Se fizermos uma comparação mais fiável constatamos que por cada 1 milhão de habitantes faleceram 597 pessoas na Bélgica, enquanto que em Portugal foram 86 pessoas. Enquanto que em Portugal foram testadas 32.414 pessoas por 1 milhão de habitantes, na Bélgica esse número reduz-se para 16.313 ou seja cerca de metade.

Só para ficarmos com uma noção a taxa de mortalidade é tão elevada que acima da Bélgica apenas se encontra o micro estado São Marino com 1.179.
Façamos então uma análise um pouco mais aprofundada para entendermos melhor estes números.

Segundo as autoridades belgas a razão destes números não são os hospitais sobrelotados. Na realidade 43% das camas dos cuidados intensivos têm estado vagas durante o pico da crise. Algo que subestimaram foi as casas de repouso. Infelizmente a população dos lares tem sido muito afectada.

Mas a verdade é que ao contrário de muitos outros países a Bélgica conta o número de mortes em casas de repouso por Covid-19, mesmo que não haja uma infecção confirmada. A decisão de contabilizar alguém como morto pelo covid-19 é baseada por dois factores: 

1- Pelos sintomas que apresentou;
2- Pelo seu historial de contactos.

O chefe da divisão de doenças virais do instituto de saúde pública Sciensano, Steven Van Gucht, afirmou que muitas vezes recebem críticas simplesmente pelo facto da Bélgica ficar mal na estatística.

Sem embargo enquanto os países contabilizarem os mortos de maneira diferente poderemos sempre apontar o dedo à Bélgica por ter a segunda maior taxa de mortalidade do mundo. 

Segundo Steven Van Gucht existe um bom sistema de vigilância, onde muitos casos são reportados e na realidade deveriamos estar mais preocupados com os países que não reportam casos ou que reportam um número muito baixo.
 
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Bruno Paiva
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