UM ESCRITOR E UM PINTOR



Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!


No passado dia 10 de Outubro teve lugar no Forte de São Bruno, em Caxias, a apresentação do livro de sonetos – MEU PAÍS É A DIÁSPORA, do Autor Joaquim Tenreira Martins, ilustrado com tintas da China pelo Mestre António Cristóvão. A apresentação foi efectuada pelo Professor Albino Lopes, entusiasta destes sonetos inspiradores da sua cátedra de Psicologia Positiva no ISCSP.

Foi por iniciativa de Isabel Barata, a administradora do Forte, que juntou os dois artistas na bonita apresentação que teve lugar no esplendido terraço deste Forte, numa tarde que comungávamos todos com o fascinante pôr de sol num ameno fim de dia já com cores de Outono.

 A palavra e a arte de pintar ou de desenhar juntaram-se neste livro e descobriram uma linguagem comum para exprimir os sentimentos que perpassam numa frase, numa quadra, num terceto, enfim, no próprio soneto. Como é que o pintor dialoga com as ideias que vai apreendendo nos sonetos? Qual é a sua sensibilidade? Como é que as palavras vão mergulhando no pincel, no desenho que pouco a pouco vai saindo da página branca de um artista. A ideia que está plasmada no soneto comunica-se instintivamente para a mão do pintor que segue o seu impulso, sem dar conta nem do princípio nem do fim, até terminar um motivo que será uma nova criação. E o poeta tem vontade de retomar a ideia do pintor para também a contemplar e dialogar de novo com ela, num perpétuo diálogo de recriação.

Mas os sonetos não são qualquer poesia. O seu ritmo e a sua rima apelam para saírem do papel e serem transformados em voz humana. Essa foi a simpática iniciativa dos declamadores do Clube de Poesia Maria Aguiar, por iniciativa do Dr. José Marreiro, director da revista A Voz de Paço de Arcos que fizeram ecoar alguns sonetos no belo terraço do Forte de São Bruno. Sentiram-se a emoção, a sensibilidade, a vivência dos temas que o poeta imprimiu nas palavras cadenciadas por rimas que fizeram brotar lágrimas a algumas recitantes. Também o mar, paredes meias com o terraço do Forte, se emocionou, e, nos instantes em que sonetos saíam da boca dos declamadores, o mar também pretendeu escutar, transmitindo-nos um leve murmúrio, desejando à sua maneira participar nesta tarde poética, como se tratasse de um fundo musical com tonalidades tipicamente marítimas.

 

Luso.eu - Jornal das comunidades
Redacção
Author: RedacçãoEmail: This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.
Para ver mais textos, por favor clique no nome do autor
Lista dos seus últimos textos



Luso.eu | Jornal Notícias das Comunidades


A sua generosidade permite a publicação diária de notícias, artigos de opinião, crónicas e informação do interesse das comunidades portuguesas.