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Os portugueses que vivem no estrangeiro têm no próximo dia 6 de Outubro uma oportunidade única de mostrar a sua vontade e exigir que o seu país olhe para eles de outra forma.
Desde a modernização dos serviços consulares até ao aumento da oferta de serviços e valências para os portugueses que vivem no estrangeiro, é indesmentível que nos últimos anos tem sido dada mais atenção às nossas comunidades. Mas, como tantas vezes acontece, não é suficiente. Existe ainda muito para fazer no que se refere à maneira como o nosso país vê e mantém a relação com os seus emigrantes.
O inverso também é verdade, a forma como muitas vezes quem emigra procura desligar-se do país de origem, leva a que seja muito difícil para o Estado Português manter a ligação e continuar a apoiar quem vive no exterior. Quantos de nós mantêm os seus contactos actualizados na embaixada ou consulado do país onde reside? Quantos continuam a acompanhar as notícias de Portugal com o mesmo interesse? É, principalmente quantos continuam a exercer o dever cívico de votar para eleger quem nos governa?
Os portugueses residentes no estrangeiro, sempre pediram para ser tratados não de forma especial, mas apenas de um modo semelhante com quem vive no nosso país. Existem exemplos quase cómicos de como os emigrantes são prejudicados relativamente a quem vive no território nacional. A recente inovação do voto em mobilidade que foi criada apenas para quem está recenseado no território nacional, impedindo desta forma que os portugueses que vivem no exterior beneficiem desta facilidade, é apenas um desses exemplos. Não é fácil perceber como se pode fazer uma lei que facilita o processo de votação e que deixa de fora do seu âmbito perto de um milhão e meio de eleitores.
Existem, por outro lado, progressos que devemos saudar e salientar. O registo automático dos eleitores é um deles. Finalmente temos uma noção mais precisa de quantos portugueses vivem fora do nosso país e estes podem mais facilmente participar e manifestar a sua vontade através do voto. O governo do Partido Socialista prometeu que iria modernizar o processo de recenseamento eleitoral e, tal como com muitas outras promessas, cumpriu.
Está agora nas mãos de quem vive fora de Portugal mostrar que quer participar e exigir que a sua voz seja ouvida. Votar é a melhor forma de comprovar essa vontade. Não podemos continuar a não responder presente nos momentos eleitorais e depois exigir que o país nos dê as mesmas condições que os nossos compatriotas que exercem esse dever.
Queremos melhores condições para as nossas comunidades, queremos mais representação nos órgãos de decisão nacional, queremos melhores formas para poder exercer a nossa cidadania fora do território nacional e queremos diminuir o fosso entre as valências que existem em Portugal e no estrangeiro para os cidadãos nacionais. Então, também temos de votar, de participar nos momentos de escolha e debate político e, acima de tudo, não podemos esconder-nos por trás da desculpa da distância para deixar de exigir os mesmos direitos e deveres de todos os Portugueses.
Perto de um milhão e meio de eleitores, residentes fora de Portugal, podem votar nas eleições de 6 de Outubro para ajudar a escolher quem irá governar o destino de todos os portugueses nos próximos quatro anos. Espero que todos o façam e demonstrem que nas comunidades portuguesas no estrangeiro continuamos a querer participar e a ser ouvidos no que diz respeito ao futuro de Portugal.
Votar é a melhor maneira de o conseguir.
Luso.eu | Jornal Notícias das Comunidades