
Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!
Celebrar os 100 anos da Batalha de la Lys e honrar os nossos soldados de ontem, de hoje e do amanhã.
Esta segunda-feira celebramos os 100 anos da Batalha de la Lys. Esta batalha pode ser considerada como a última; sim esperemos que seja mesmo a última batalha clássica da nossa longa história militar. Temos quase 9 séculos de história, 9 séculos de glória.
Muito foi dito e escrito sobre o contexto da época, sobre a importância da participação nacional na primeira guerra mundial, sobre o contexto politico, sobre os vários teatros de operações; Flandres, Atlântico e Africa e sobre a influência deste conflito no fim da Primeira República.
Soldados, oriundos de várias partes de Portugal; voluntários ou nem por isso participaram neste conflito e honraram as cores nacionais. Participaram no conflito um grande número de soldados, marinheiros e até 11 pilotos aviadores; entre os quais o nosso único piloto aviado abatido em combate, o Oscar Monteiro Torres. Não podemos esquecer que a nossa Força Aérea nasceu em Flandres, junto com a famosa esquadrilha das cegonhas. A nossa Marinha teve um comportamento heróico. Aos nossos soldados faltava tudo, menos o amor a Pátria.
Esta semana celebramos o sacrifício de mais de 2.000 homens que perderam a vida durante este conflito. Foi uma derrota? Sim, recuamos, perdemos posições, perdemos muitos soldados entre mortos e feridos mas ganhamos a guerra; e sobretudo ganhamos a Paz.
Deveremos também aproveitar este momento para refletirmos sobre o tratamento que damos como Nação valente e imortal aos nossos antigos combatentes, muito deles Emigrantes ou Ex-emigrantes e pensar naqueles que não voltaram e estão sepultados em condições que deixam muito a desejar, no que foi anteriormente território nacional.
Devemos também ter um pensamento especial para os nossos soldados e policias que nestas últimas décadas serviram Portugal nos mais variados teatro de manutenção da Paz nos quatro cantos do planeta, da Bósnia ao Kosovo ao Afeganistão, e agora República Centro Africana; orgulha-se a Pátria de tal gente.
Temos também, sobretudo depois do escândalo de Tancos, refletir sobre o futuro das nossas forças armadas e a manutenção dos nossos compromissos internacionais. Somos um Pais membro fundador da NATO, somos Europeísta e Atlantistas; não podemos deixar os populistas nos afastarem dos nossos aliados, Portugal não é a Coreia do Norte.
Temos que perceber porque é que uma viúva não recebe o seu devido subsídio de viúvez 9 meses depois do falecimento do seu marido ao serviço da Pátria Mãe numa missão de Paz em África?
Temos que incutir nas chefias militares e nos nossos líderes políticos que somos uma Nação de 15 milhões de Portugueses espalhados pelo mundo. A tropa não tem gente e não temos candidatos que cheguem; haverá melhor instrumento de apoio ao retorno para os nossos jovens lusodescendentes que uma carreira militar, seja ela de curta duração?
Podemos aprender muito com os nossos vizinhos, eles têm nas suas fileiras, filhos e netos de Espanhóis ao serviço de Espanha oriundos da Austrália até as Américas, sobretudo Argentina e Venezuela. Temos que construir um Portugal maior. Vamos celebrar os 100 anos da Batalha de la Lys, e honrar os nossos soldados de ontem, de hoje e de amanhã. Viva Portugal.
Luso.eu | Jornal Notícias das Comunidades