
Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!
Caracas, 05 set (Lusa) - A Venezuela queixou-se à Colômbia pela morte de 17 venezuelanos, que faleceram congelados quando caminhavam pelo Páramo de Ibéria com destino ao Peru, fugindo da crise política, económica e social que afeta o país de origem.
"Onde está o Governo colombiano, que é incapaz de ajudar alguém que está morrendo, seja de onde seja, nessas circunstâncias", questionou o presidente da Assembleia Constituinte (AC, composta unicamente por simpatizantes do regime).
Diosdado Cabello falava durante uma sessão da AC, em Caracas, em reação a uma notícia da imprensa colombiana sobre a morte de venezuelanos num 'páramo' (campo raso, frio e desabrigado, situado nas terras altas de Los Andes, na América do Sul) do departamento colombiano de Santander.
Tido como o segundo homem mais forte do chavismo, Diosdado Cabello, referiu que "para os que acreditam, há gente que chega à Colômbia e continua caminhando até ao Peru".
"Começou a surgir a verdade verdadeira da manipulação de que foram alvos muitos venezuelanos e da realidade que encontram nesses países (...) E porque não ficam na Colômbia, se a Colômbia é tão boa", questionou ainda.
Várias vezes, em público, Diosdado Cabello tem insistido que não existe emigração em massa de venezuelanos, atribuindo as imagens de cidadãos caminhando pelas estradas de vários países da América Latina a uma campanha contra a Venezuela.
"Luzes, câmara e ação", ironizou, recentemente, à televisão estatal venezuelana.
Segundo dados da ONU, pelo menos 2,3 milhões de venezuelanos estão radicados no estrangeiro, entre eles 1,6 milhões de pessoas que emigraram desde 2015, devido ao agravamento da escassez de alimentos, medicamentos e aos altos preços dos produtos na Venezuela, tendo em conta os baixos salários locais.
Países como o Brasil, a Colômbia, o Chile, o Panamá, a Argentina e o Equador figuram entre os principais destinos dos venezuelanos que emigraram para países da América do Sul, alguns até a pé, pelas estradas.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também rejeita que haja um êxodo dos venezuelanos causado pela crise no país, afirmando tratar-se de "uma campanha mundial para justificar uma política de intervenção no país", e ordenou na segunda-feira a criação de uma ponte aérea para trazer os nacionais que querem regressar a casa.
Luso.eu | Jornal Notícias das Comunidades