Ucrânia: Previsão de subida de 4% do PIB do euro é agora excessivamente otimista – Bruxelas



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A Comissão Europeia admitiu hoje que as anteriores previsões de crescimento de 4% da economia do euro em 2022 são agora “excessivamente otimistas”, devido aos impactos económicos da guerra ucraniana, à crise energética e ao aumento dos preços.

“Deixem-me dizer muito claramente que, apesar de ser demasiado cedo para ter uma ideia clara deste impacto, é evidente que as nossas previsões de inverno, que previam um crescimento de 4% para este ano, parecem agora excessivamente otimistas”, disse o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, falando em conferência de imprensa após a reunião do Eurogrupo, em Bruxelas.

Em altura de aceso confronto armado em território ucraniano devido à ofensiva russa, o responsável europeu da tutela admitiu que “existem várias formas através das quais o PIB [da zona euro] será afetado”.

Em concreto, “os preços mais elevados das matérias-primas, nomeadamente do gás e do petróleo, mas também os preços do trigo, as perturbações graves das cadeias de abastecimento e uma incerteza significativamente maior, afetando tanto a confiança do setor económico como do setor financeiro”, elencou Paolo Gentiloni.

Além disso, de acordo com o responsável, “os custos orçamentais podem ser significativos pelo apoio à Ucrânia, devido ao reforço das despesas de defesa, à redução da dependência da energia russa e à assistência a um elevado número de refugiados”, acrescentou.

Para Paolo Gentiloni, “a coordenação das políticas económicas e orçamentais é particularmente importante” nesta altura, dado ter sido essa a “chave para resistir com sucesso à crise da covid-19”.

Também falando aos jornalistas, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, considerou que “os efeitos económicos desta guerra estão agora a ser sentidos em toda a Europa”.

“Os efeitos económicos não são nada parecidos com o sofrimento humano de milhões de cidadãos ucranianos neste momento, mas temos de reconhecer que haverá um custo para a zona euro”, reconheceu.

Também segundo Paschal Donohoe, “esta crise terá um impacto no crescimento” económico, nomeadamente porque “tem afetado as cadeias de abastecimento e [porque] é claro que está a pressionar os preços da energia para níveis que são um desafio para as famílias e para as empresas”.

“Mas, por mais elevados que sejam os custos, […] quero salientar que a zona euro entrou neste novo teste em boa forma. Entrámos na crise com uma forte recuperação económica sustentada por elementos fortes na nossa economia”, concluiu o presidente do Eurogrupo.

Em fevereiro passado, a Comissão Europeia reviu em ligeira baixa o crescimento da economia europeia para este ano, para 4% PIB, tanto na zona euro como na UE, devido ao abrandamento no inverno provocado pela variante Ómicron.

Hoje, numa posição divulgada após a reunião do Eurogrupo, os ministros das Finanças da zona euro admitiram o “momento crítico” na economia da moeda única causado pela guerra da Ucrânia devido à invasão russa, apoiando mais sanções e ajustes à “postura política” face ao impacto económico.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, um ataque que foi condenado pela generalidade da comunidade internacional.

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