Entrevista a Rosa Pereira



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A poetisa Rosa Pereira, portuguesa de coração, com dupla nacionalidade, encontra-se a viver na Suíça, onde também reside a maior parte da sua família. Não esconde as suas origens humildes e tem um enorme gosto em regressar a Portugal sempre que pode. Para além da família e da sua cadela de companhia, encontrou na poesia a forma de exprimir as suas mais profundas emoções ou apenas transmitir a sua forma de ver o mundo. 

João Pires (JP): Quem é a Rosa Pereira?

Rosa Pereira (RP): Uma guerreira pela vida.

JP: Quando começaste a escrever?

RP: Comecei a escrever literalmente no chão, na lousa, na minha aldeia. A partir daí nunca mais parei de sonhar.

JP: Quando saíste de Portugal?

RP: Saí de Portugal com 15 anos.

JP: Porque saíste do teu país de berço?

RP: A vida não era fácil na minha aldeia.

JP: De onde vieste?

RP: Do concelho de Resende

JP: Porque emigraste para a Suíça?

RP: Já tinha cá família. Fomos à procura de melhor vida. Estou cá há 29 anos. Uma segunda  vida.

JP: Com quem foste?

RP: Com os meus pais e irmãos.

JP: Como foi o início de uma nova vida na Suíça?

RP: Cheguei de noite a Genebra e vi imensas luzes. Pensei que estava noutro planeta, pois não estava habituada a tal na minha aldeia. Sabia que a minha vida, a partir daquele momento, ia ser ali. No entanto casei em Portugal aos 18 anos.

JP: Tiveste dificuldades de adaptação ao novo país?

RP: A língua era estranha. Não entendia nada.

JP: Com quem mais convives na Suíça?

RP: Visito regularmente a minha mãe, a minha filha e a minha neta. A minha companheira de todos os dias é uma cadela inteligente, leal e obediente. Tem muita energia e está sempre pronta para alguma actividade comigo, como jogar à bola ou passear na floresta.

JP: Da família, quem ficou em Portugal?

RP: Dois tios e primos afastados. A minha família mais próxima vive na Suíça como eu.

JP: Pensas um dia regressar a Portugal?

RP: Como a minha família está cá e apesar de sentir enormes saudades de Portugal, quero regressar apenas para passar umas temporadas de três ou quatro meses. O meu coração está dividido entre Portugal e a família na Suíça.

JP: Costumas conviver com outros emigrantes na Suíça?

RP: Não considero emigrantes. São portugueses a viver e a trabalhar na Suíça. É graças a esses portugueses que mantenho viva a língua materna. Mas também o devo à poesia.

JP: Escreves poesia. Já publicaste algum livro?

RP: Escrevo regularmente poesia, os meus poemas já foram recitados em várias rádios e já publiquei um livro em co-autoria. Já recebi vários certificados pela participação em momentos de poesia.

JP: Como se chama esse livro? Pensas voltar a publicar?

RP: “A Rosa e o Guerreiro” de Rosa Pereira e José Guerreiro. Já não está disponível para venda. Tenho vontade de voltar a publicar um livro de poesia apenas em meu nome.

JP: Como passaste o período da pandemia?

RP: Escrevi poemas sobre a pandemia e o isolamento, as saudades da minha mãe pelos filhos, apesar de estarmos tão perto e não ser possível dar um abraço. Tanto sofrimento enfrentado.

JP: Porque é que a tua poesia mexe com os sentimentos dos leitores?

RP: Porque escrevo do coração, com garra, com emoção, com alma.

JP: De que é feita a poesia?

RP: De sonhos, de vida, de amor, do tic-tac do coração.

JP: O que te faz sentir feliz?

RP: Estar com a minha família, ver os outros felizes, passear com a minha cadela na natureza e escrever poesia.

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Joao Pires
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