Um domingo na praia da Arda



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Uma viagem de domingo até à praia da Arda com a família e o cão na mala do carro numa aventura em dia de calor. 

4 minutos de leitura

A Praia

A Praia da Arda ou praia do Bico, está localizada em Afife, Viana do Castelo, em Portugal, ainda é conhecida pela praia da Mariana devido ao famoso restaurante de gastronomia portuguesa sobretudo de peixe. É uma das praias mais extensas e populares da região, oferecendo aos visitantes uma ampla faixa de areia dourada e águas cristalinas.

O mar nesta praia é geralmente agitado e é um destino procurado pelos surfistas e bodyboarders. Existem também algumas áreas de rochas e recifes interessantes para explorar, tornando a Arda um destino interessante para fazer mergulho (snorkeling).

A praia da Arda tem infra-estruturas, incluindo um estacionamento amplo e gratuito, um restaurante, um bar de praia que poderia ter melhor oferta, chuveiros de apoio e casas de banho públicas (WC). Esta praia é vigiada e assistida por salva-vidas durante o período balnear que termina a 30 de outubro.

Com a sua beleza natural e excelente qualidade do mar, a Praia da Arda é um destino procurado pelos turistas e habitantes locais. É uma excelente opção para quem procura descansar ao sol, praticar desportos aquáticos e apreciar a paisagem costeira deslumbrante, que se estende até ao Monte de Santa Tecla a norte. Pelo meio do caminho estão as praias de Afife, Duna do Caldeirão, de Moledo e do Camarido. No sentido oposto do mar, isto é, a nascente, encontram-se belos montes verdes ponteados por casas dispersas, nas zonas mais elevadas.

A História

Este foi o destino decidido pela família para um domingo de manhã na companhia do cão. A mais de uma hora de viagem, ele levantou-se cedo para ir comprar pão fresco e fruta para levarem para a praia e poderem passar o dia em família. Às 10h da manhã ele já tinha tudo preparado incluindo a mala térmica, mas como os filhos insistiam em dormir, ainda foi dar o passeio matinal com o cão para se aliviar de todas as necessidades fisiológicas.

Por fim, já próximo da hora do almoço, lá conseguiu reunir os quatro dentro do carro e partiram rumo à praia, mas foram surpreendidos na viagem com uma fila enorme de na auto-estrada. Foi abrandando a velocidade até que teve que seguir aquela massa de carros a passo de caracol, mas subitamente, foi ultrapassado à direita pela viatura da GNR que percorreu a berma a uma velocidade estonteante. Provavelmente teria havido um acidente, o que foi confirmado mais tarde. 

Felizmente o GPS sugeriu a saída para a estrada nacional e foi a melhor opção porque o cão não iria suportar o pico do calor fechado dentro da mala do carro que depressa se transformou numa estufa. Ele parou assim que foi possível, para resguardar o cão do forte calor, pois já dava sinais de desidratação. O telemóvel foi dando indicações para percorrer estradas locais, aceder à estrada nacional e logo mais à frente voltar à auto-estrada. 

Ele olhou pelo retrovisor e ainda conseguiu ver a massa enorme de carros parados 500 metros atrás. Eles safaram-se de estarem imobilizados durante bastante tempo em plena autoestrada sem acesso a água. 

Finalmente chegaram à praia da Arda, estacionaram o carro numa zona com uma pequena sombra e seguiram em direção ao mar. Corria uma brisa por entre os pinheiros mansos que rodeavam o parque. Finalmente atingiram a zona alta do passadiço em madeira que iria conduzir até ao branco areal e sentiram a força do vento a tocar nos seus rostos.

As nortadas são ventos frequentes nas praias do norte de Portugal, em particular, durante os meses de verão. Naquele dia de extremo calor veio refrescar o ar, o que foi bastante útil.

- Quem trouxe a lancheira? Perguntou o pai.

Fez-se um silêncio sepulcral. Ninguém respondeu. 

Ninguém havia trazido o almoço.

Ele passou-se e acelerou o passo em direção à praia como se quisesse fugir daquela situação, pois ninguém tinha pegado na lancheira abandonada na cozinha à espera de ser transportada para o carro.

Ele decidiu que uma vez que haviam esquecido a mala térmica, iriam ficar sem almoço, enfim, uma espécie de jejum intermitente.

Montou com fúria o tapa-vento e dos dois guarda-sóis que para além de proteger do sol, iriam ajudar a desviar o vento. Estendeu a toalha e deitou-se ao sol, procurando acalmar-se. 

Depois das coisas acalmarem – só o vento é que continuou a rugir com força – os filhos começaram a reclamar por comida. 

Por ali só havia uma garrafa térmica com água fresca e um pouco de café diluído, que ele havia decidido transportar na sua mochila. A outra garrafa termos ficou em casa a fazer companhia à mala térmica.

Para a próxima ele vai determinar as responsabilidades de cada filho e verificar se a comida vai mesmo na mala do carro junto ao cão.

Claro que a mala térmica tem que ir bem fechada…

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Joao Pires
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