A inteligência artificial veio para ficar



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O desafio de criar artificialmente um diálogo com o ser humano é estimulante.

Se até aqui as novas tecnologias revolucionaram o mundo através do desenvolvimento dos computadores e outros equipamentos, o futuro promete ser ainda mais aliciante. As máquinas foram desenvolvendo capacidades em diversas áreas, mas faltava estabelecer a ligação com o ser humano. Conseguem fazer cálculos com enorme rapidez, o que se tornou uma vantagem. Mas foi sempre assim, até aqui nada de novo. A máquina de calcular foi uma ferramenta importante para o dia-a-dia. Presentemente a máquina de calcular e tantas outras ferramentas estão reunidas num equipamento poderoso: o telemóvel. Câmara de filmar, máquina fotográfica, bloco de notas, gravador de voz, reprodução de música, reprodução de vídeo, reprodução de voz, caixa de correio electrónico, calendário, previsão do tempo e muito mais. É o progresso tecnológico.

Seria possível imaginar que todas estas ferramentas coubessem na palma da mão há 20 anos atrás?

Pois bem, a evolução continua.

Presentemente, o desafio está em desenvolver uma linguagem natural, que se assemelhe o mais possível com a linguagem dos humanos, ao ponto de não conseguirmos distinguir quem está do lado de lá a escrever. Por exemplo, o “concierge banking” pode recorrer à inteligência artificial para conhecer cada cliente até ao mais ínfimo detalhe no sentido de o poder aconselhar melhor, sem a intervenção humana.

Esse objectivo está cada vez mais próximo da perfeição, mas nem por isso deve ser encarado como ameaça, mas sim como oportunidade para a humanidade.

Por exemplo, para escrever este artigo, fui fazer uma consulta a várias fontes relacionadas com inteligência artificial. E desde logo surgiu uma das ferramentas mais comentadas, o ChatGPT, apesar de ainda se encontrar em período experimental, mas devido à sua popularidade, está muitas vezes restringida quanto ao seu acesso.

Se eu tivesse utilizado o ChatGPT para desenvolver este artigo, o que ele teria feito seria consultar mais fontes de informação, mais rápido e depois procuraria escrever a resposta numa linguagem natural, isto é, como se fosse um humano a responder ao meu pedido.

Ora, daqui resulta desde logo, que estas ferramentas se encontram limitadas à informação que está disponível na internet. Depois não estão dotadas de espírito crítico. Uma das características da ciência e que faz evoluir o conhecimento é saber questionar. Uma pergunta inteligente é seguramente melhor que qualquer resposta. Essa qualidade é exclusiva do ser humano, para já. 

Estas ferramentas de inteligência artificial vão libertar postos de trabalho para exercerem outras funções que exigem maior conhecimento e sobretudo espírito crítico e criatividade. 

Serão uma poderosa ajuda na comunicação, incluindo para este jornal online. Esta tecnologia irá ajudar muitos profissionais nas mais diversas áreas, a começar por aquelas áreas mais improváveis como a medicina e a justiça. Por exemplo, a cirurgia oftálmica com recurso à robótica com o sistema Da Vinci poderá vir a beneficiar da inteligência artificial e do “machine learning”.

Não vale a pena segurar a água com as mãos. 

A revolução da inteligência artificial já chegou e está a tocar em todas as áreas. As empresas de telecomunicações já utilizam estas ferramentas para estabelecer a ligação entre com os clientes. Todo aquele trabalho repetitivo que os trabalhadores se queixavam de responder sempre às mesmas dúvidas e questões  dos clientes vai terminar com a substituição por máquinas. Na verdade, são os seres humanos que proporcionam a oportunidade de se criarem soluções vantajosas para os seus próprios problemas. 

A inteligência artificial nada mais faz do que aprender com o funcionamento dos nossos próprios neurónios recorrendo aos seus algoritmos, com uma sequência de raciocínios, instruções ou operações para alcançar um objetivo. Daí o nome de “machine learning”.

No fundo, é como se o ChatGPT, Siri, Google Bard ou qualquer outra ferramenta, fosse um tutor que ensina e partilha conhecimento limitado ao que existe na internet, claro.

Mas por mais avançada que esta tecnologia seja nunca dará para entender o que vai na cabeça do nosso governo, porque acontecem esta e outras guerras ou porque ainda existe fome no mundo.

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Joao Pires
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