Professora, vou fazer um anel para ti



Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!


Haverá ainda, no mundo, coisas tão simples e tão puras como a água bebida na concha das mãos?

Mario Quintana

Depois de terem brincado com os legos, construindo dinossauros com pescoços gigantes ou robôs que se transformam em aviões supersónicos, sentaram-se a moldar plasticina.  Sentei-me com eles. Subitamente uma das crianças olhou-me e disse muito espontaneamente: -Professora, vou fazer um anel para ti. 

Comovida ponho a mão em cima da mesa. Mostro o meu dedo mindinho para que ela consiga colocar o anel de plasticina cuidadosamente para não se danificar. Agradeço-lhe e sorrio, demonstro-lhe o quanto o seu gesto me fez feliz.  Elogiei o anel, disse-lhe que era um anel muito bonito e especial. Ficou com um sorriso no rosto, uniu as mãos e orgulhosamente proferiu repetitivamente: -Que bonito! Que bonito!

 São as coisas simples e puras que fazem toda a diferença quando as crianças brincam e interagem com os seus pares, bem como os adultos.

Pensei naquele momento o quanto são felizes aquelas crianças neste pedaço de mundo e como em tantos outros, a guerra dos adultos lhes rouba os sonhos, a infância e lhes foiça a vida.  Quem os fará parar?  

 

[..] “Eles não sabem, nem sonham, 

        que o sonho comanda a vida. 

        Que sempre que o homem sonha

        o mundo pula e avança

        como uma bola colorida

        entre as mãos de uma criança”.

                   Pedra filosofal - António Gedeão

Eles não sonham.

Fazem a guerra e nenhuma criança quer uma bomba entre as suas mãos.

Luso.eu - Jornal das comunidades
Silvia Mota Lopes Costa
Author: Silvia Mota Lopes CostaEmail: This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.
Para ver mais textos, por favor clique no nome do autor
Lista dos seus últimos textos



Luso.eu | Jornal Notícias das Comunidades


A sua generosidade permite a publicação diária de notícias, artigos de opinião, crónicas e informação do interesse das comunidades portuguesas.