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Os lugares têm a força que nós queremos dar porque sentimos. São como as pessoas. O que nos conecta efetivamente são as emoções, a empatia, a reciprocidade. Um lugar não nos é indiferente, apenas pela sua paisagem, pela sua história e cultura, mas pelas pessoas que encontramos nesses lugares e que fazem deles lugares de afetividade, construção e crescimento. A esses lugares temos vontade de regressar, tal como desejamos abraçar as pessoas que fazem parte deles. Pessoas que nos acolhem de braços abertos, com um sorriso cálido e puro. São essas pessoas que nos incentivam, nos ajudam a ser cada vez melhores, nos ajudam a crescer intelectualmente e emocionalmente. Não nos podemos demorar num lugar onde não somos valorizados e amados. Importa quem se importa. Tentar" invadir" um coração que se fecha constantemente é perder tempo e o tempo é um bem muito precioso, quiçá dos mais preciosos bens que nós temos. Tudo murcha se não for regado.
Na véspera de Natal fui a uma livraria, o meu olhar fixou-se num livro recomendado para crianças, mas na minha opinião alguns livros para crianças deviam ser leitura obrigatória para adultos. Este livro é uma autêntica obra de arte, não somente pelo livro físico que é, mas pela história incrível que ele possui. A partir deste livro de Charlie Mackesy realizaram um filme, vi partes do filme, mas ainda não tinha visto o livro. Vê-lo ali mesmo à minha frente foi um dos melhores presentes que recebi neste Natal.
Tenho o livro ao meu lado e vou falar um pouquinho sobre ele para despertar a curiosidade.
O livro tem como título “O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo”. As ilustrações caros leitores e leitoras são belíssimas, muito poéticas, apetece mergulhar nas suas paisagens e fazer parte desta linda história. Afinal fazemos todos parte dela, cada um de nós à nossa maneira. Quem nunca se sentiu perdido alguma vez na vida? «Bem, acho que todos, alguma vez, já nos sentimos perdidos» disse a Toupeira. “Quando as coisas importantes parecem fora de controlo…concentra-te naquilo que amas e que está debaixo do teu nariz” disse o Cavalo. «A casa nem sempre é um lugar, pois não?» Perguntou o menino.
O mais importante não é a casa, nem sempre a casa é o lugar, o lugar é onde somos importantes e amados. Onde moramos verdadeiramente é no coração dos que se importam connosco e nos fazem sentir bem.