O RIBATEJO BUXELAS - VII FESTIVAL LUSÓFONO



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Voltou a honrar o Folclore, a Etnografia, os Usos e os Costumes de Portugal. O Centro Lumen em Ixelles, local emblemático e prático, sempre foi o espaço que a comunidade portuguesa adptou, para a diversidade de seus eventos; foi ali que em 1995 se celebraram as Bodas de Prata da Comunidade de Emáus! E tantos outros momentos de carácter comunitário, associativo e cultural.

Foi ali, que no passado dia 25 de Março se realizou a sétima edição do Festival Lusófono, verdadeiro encontro com a tradição! Numa altiva homenagem ao folclore, à etnografia, aos usos e costumes, de um povo, uma Nação. Ao qual se associou o folclore da Polónia, país convidado. O fantástico Grupo Jasna Woda Manage de Bellecourt, presenteou a plateia com o melhor folclore polaco! Com as cores e os movimentos, a música e os sorrisos, o carácter festivo. Foram, muito justamente aplaudidos!

O legado histórico e cultural dos quatro grupos, contém o fruto do amor, da entrega a uma causa chamada Folclore; digna e dignificante representação da tradição, daquilo que nos foi transmitido pelo povo! Tal facto foi visível na actuação de todos os agrupamentos em palco. Do Luxemburgo veio a alegria do Alto Minho; no traje, nas cores, nas cantigas, na música das concertinas, nas danças vivas que caraterizam o folclore do Minho. Gente apaixonada, de todo dedicada ao que consideram ser um excelente meio de convívio e transmissão de valores. O Rancho Folclórico As Tricanas de Differdange” já conta para cima de 40 anos!

Brilhante e emotiva foi a actuação do Rancho Folclórico Os Camponeses de Riachos. Vindos de expressamente de Portugal proporcionaram um grande momento deste festival. Pela sua história e carisma, pelo modo, tão característico de representar e divulgar aquela região. Foram fantásticos e merecem, muito mais que aplausos!

O Grupo anfitrião, que desejou as boas-vindas, que actuou e agradeceu, está de parabéns! O nosso querido Grupo Etnográfico O Ribatejo” arrebatou toda uma sala, rendida à evidência de um enorme trabalho! Apoiado no tema, que nos remetia para a “Romaria”, o mote para uma noite excepcional, única! O religioso e o profano de mãos dadas e de coração ao alto! Na vertente popular tão evidente, pura, verdadeira. Aqui no coração da Europa, para onde convergem tantos olhares e onde se tomam as grandes decisões! Maravilhoso, de tal modo que temos o dever de anunciar, dar conta, promover. Dizer cá fora o que se passou lá dentro! De tudo ficou a mensagem da enorme capacidade e engenho, com parcos meios de manobra; com os apoios possíveis da comunidade, o voluntariado, o abnegado trabalho e persitência! Já ouvi dizer: “Portugal deve muito a toda esta gente”. O Folclore na Diáspora é muito mais que palavras, ou contos de fada. É acima de tudo exemplo de integração, de ocupação saudável dos tempos livres, da dedicação e promoção da nossa própria identidade. Os portugueses no estrangeiro, a quem chamam “emigrantes” - mesmo que nada seja como dantes - são modelo vivo e de afirmação da nossa portugalidade no mundo. São actores, verdadeiros embaixadores de um país, que aplaude e ao mesmo tempo negligencia! Que os elogia, mas lhe falta com o essencial, o merecido apoio; na aquisição de instrumentos, na compra dos trajes, na formação de dançarinos, na motivação e aprendizagem de vários intrumentos - para não citar as violas Amarantina e Braguesa, o Cavaquinho, a Viola, a Concertina/Acordeão. Em festivais como este contar com uma verba, o tal reconhecimento prático, para além do enorme esforço que fazem no seu intercâmbio respectivo. A sociedade civil colabora, as pessoas ajudam, mas é fundamental que as instituições e o próprios Governos se envolvam, se impliquem, patrocinem. Por direito e por mérito!

Fica aqui, também a dica, de se realizar este festival, num qualquer local da capital; ao ar livre, onde possa reunir muita mais gente, que inclui, naturalmente, a diversidade da sociedade de acolhimento.

Este intercâmbio entre os grupos, permite dinamizar e reforçar os laços de amizade e de cooperação. Criam-se novas formas de estar e de viver, também pelo exemplo e pela entrega a estas causas, que assentam, sobretudo na boa vontade e na paixão pelo que somos e temos, através da música popular, dos cantares populares e da dança tradicional.

Estão de parabéns todos quantos se empenharam na organização de tão prestigiante encontro de Folclore! Da mais simples tarefa, ao mais elevado cargo de responsabilidade. Sem esquecer o movimento empresarial, e outras entidades patrocinadoras. São eventos que dão muita despeza e trabalho; antes, durante e depois! Outra lição nos foi dada a conhecer, que tem a ver com a capacidade de mobilização, na organização e respectiva coordenação.

Sem mencionar ninguém, porque já sabemos quem vai dando a cara e pedaços de própria vida por estas causas, fica aqui o registo do apreço e do reconhecimento. Ficamos todos, mais enriquecidos. Foi honrada a nossa cultura e a nossa história comum, através do Folclore, aqui na Capital da Europa!

Na contagem decrescente, para a próxima edição, estão incluidos os votos de muita saúde e motivação. Num abraço fraterno de amizade e consideração.

Fotos: Carla Ferrador / Luso.eu


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António Fernandes
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