Um Ano Depois!



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ETERNAMENTE GRATO
Um Ano Depois!

Passou exactamente um ano desde a sua morte; nada é como dantes... Pouco passava do meio-dia e o sol não tinha o mesmo brilho; pairava no ar uma certa melancolia, de mão dada com a mágoa de perder alguém a quem se quer muito.

Por dedução de natureza humana, parecia que o mundo se abatia sobre a alma amargurada. Cruzavam-se razões, ideias e pedaços de vida partilhada; uma turbulência psicológica que foi preciso gerir com inteligência e sabedoria! Havia que manter a serenidade e alguma observância, sem nunca descurar do essencial. E assim foi, há já um ano!

Entendido à luz da fé e da esperança, tal desenlace acabaria por ser presságio de libertação, onde encontrou indulgência e paz. Foi o retorno natural à casa do Pai, onde não existe nem dor, nem tempo, nem espaço. Homem de fé, deixou-nos consistente legado moral, com exemplos únicos de solidariedade e valorização social; pela sua acção e compromisso, pela entrega a coisas e causas.

A sua humildade e sentido de justiça, eram implacáveis e dava para confundir os mais avisados; até o padre da freguesia se desviou da sua sabedoria e testemunho de vida! Contador de histórias, de contacto fácil e atraente, não pactuava com a hipocrisia; afastava-se da maledicência, rejeitava a improbabilidade! Recusou estar dependente, incomodar, atrapalhar, quem quer que fosse; e assim foi até ao final da sua vida na terra!
Personalidade audaciosa, não agradou a toda a gente, nem podia agradar; a perfeição é um caminho árduo e acontece quando a desejamos com zelo e paixão! Todavia considerava que o importante não era o que outros pudessem pensar e/ou até julgar. O que importava mesmo, era a rectidão da linguagem e das acções; estar no seu lugar, de bem consigo mesmo e com os demais!

No assinalar deste primeiro aniversário da sua morte, importa ainda destacar a preeminência da sua integridade e vertente solidária. Do homem e bom pai, ficaram ainda extraordinárias recordações, que o tempo não apaga! Permanecem o afecto, a comunhão e um grande orgulho em ter tido aquele personagem como pai, amigo, confidente, companheiro; apanágio nem sempre aproveitado e valorizado por quem de direito! É caso para dizer: felizes os que enaltecem, em todas as circunstâncias, a vida e a memória daqueles que connosco fizeram e/ou  fazem caminho! Depois pode ser tarde demais...     

Certo é que a saudade continua a ter rosto, nome e memória! Exortado pela chama da fé e da comunhão fraterna, apoiado na (con)vivência e na aquiescência das evidências, continuo a ousar dizer que valeu a pena! Encontrando na força da gratidão a melhor razão de ser e de estar! Por tudo isso e muito mais, podemos dizer a uma só voz: “Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”. Descanse em Paz! 

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António Fernandes
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