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O comissário europeu Carlos Moedas definiu hoje como "excelente notícia" a saída de Portugal da lista de Estados-membros com "desequilíbrios macroeconómicos excessivos", mas lembrou que o Governo tem de prosseguir "a maratona" da reforma.
Em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, o comissário europeu responsável pelas pastas de Investigação, Ciência e Inovação, considerou uma "excelente notícia" o facto de a Comissão Europeia ter retirado hoje Portugal da lista de Estados-membros com "desequilíbrios macroeconómicos excessivos", por ocasião da adoção do "pacote de inverno de semestre europeu" de coordenação de políticas económicas, afirmando agora que o país apresenta apenas "desequilíbrios".
"Não [podemos] esquecer que quase todos [os Estados-Membros] estão desequilibrados, incluindo a Alemanha, por isso é uma boa notícia Portugal encontrar-se com os melhores países da Europa. Obviamente, gostaríamos que todos estivessem equilibrados, mas não é essa a realidade", salientou.
Para Carlos Moedas, a decisão do executivo comunitário tem a leitura de demonstrar que o caminho que foi feito por Portugal foi de equilíbrio.
"Finalmente, saímos daquele que é sempre o pior lugar. Estamos ali num bom lugar, ao pé de países que têm também problemas, porque há muitos problemas a resolver, mas estamos bem", resumiu.
O comissário europeu pronunciou-se ainda sobre a advertência de Bruxelas sobre o trabalho a fazer no setor bancário, nomeadamente em relação ao rácio de crédito malparado.
"Penso que a crise financeira foi a maior crise da Europa e demorou muito tempo a corrigir em muitos países, obviamente também em Portugal. Essa chamada de atenção é para Portugal, mas também para a Itália, como é para outros países que passaram por uma crise financeira muito grande, mas também bancária", referiu, lembrando, todavia, que "todos esses avisos ficam lá".
Questionado sobre se o Governo português tem margem de manobra para reformar mais, Moedas disse que esta é uma maratona, em que os Estados-membros que não reformam vão ficando para trás.
"Há uma pressão do grupo para se ir reformando a economia para que seja mais flexível, para que consigamos conseguir ter mais incentivos à criação de emprego e isso é uma maratona. Estamos todos nesta maratona. Não vejo como um país, seja Portugal ou outro, pode decidir que não quer reformar. Nós tempos todos que reformar na Europa, a velocidades diferentes, a passos diferentes, mas é importante continuar. Não é uma escolha, é uma necessidade na Europa", defendeu.
Sobre os alertas do executivo comunitário em relação à baixa produtividade e ao baixo investimento em Portugal, Moedas considerou que o problema reside no baixo investimento nas áreas de inovação/ciência e educação.
"Essa é a diferença para que alguns países na Europa tenham ultrapassado mais facilmente os anos de crise e outros não. Temos de continuar a apostar na educação e na inovação, esses são os grandes pilares para um país na Europa ser mais produtivo", frisou, dizendo esperar que no próximo orçamento comunitário todos os países compreendam que é preciso aumentar o investimento nestes setores.
Lusa/Fim