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O primeiro-ministro português, António Costa, enalteceu hoje o facto de estar na Guiné-Bissau para falar de paz e de cooperação, durante a sua visita ao Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses.
António Costa, ladeado de ministros portugueses, do ministro da Defesa e do chefe das Forças Armadas guineense, Sandji Fati e Biagué Na Ntan, respetivamente, depositou coroas de flores no mausoléu de Amílcar Cabral, “pai” da independência da Guiné-Bissau, e de João Bernardo ‘Nino’ Vieira, que foi um dos presidentes do país.
Em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro português disse ter sentido “grande emoção” em visitar a campa de Amílcar Cabral, que considerou não só uma “personalidade importante” para a Guiné-Bissau e para os movimentos de libertação de países africanos como também alguém que ajudou a instaurar a liberdade e democracia em Portugal.
Quanto à importância da sua visita de dois dias a Bissau, António Costa sublinhou ser um momento em que os dois países irão falar de paz e de cooperação.
“Neste momento em que todos nós estamos chocados com imagens de guerras todos os dias na televisão, é muito bom podermos estar aqui, mesmo 50 anos depois, como dois povos irmãos, de mãos dadas, trabalhando juntos e prestando homenagem àquele que nos inspirou a luta de libertação nacional. Estamos hoje em paz em vez de falar de guerra em todo o lado, vamos falar de cooperação”, assinalou o primeiro-ministro português.
Sendo mais específico, António Costa defendeu que a visita servirá para que Portugal e a Guiné-Bissau analisem os pontos em que vão cooperar, nomeadamente as futuras missões conjuntas no golfo da Guiné visando a paz e a segurança dos dois povos.
“Isso é muito importante, é um grande exemplo para a história”, notou o primeiro-ministro português.
O ministro da Defesa da Guiné-Bissau, Sandji Fati, disse, por sua vez, considerou que a visita de António Costa é um sinal de solidariedade de Portugal para com o país “tendo em conta o ocorrido no dia 01 de fevereiro”.
Homens armados atacaram o palácio do Governo guineense, causando 11 mortes, numa altura em que se encontrava no local o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, o primeiro-ministro, Nuno Nabiam, e os membros do executivo.
As autoridades guineenses consideram que se tratou de uma tentativa de golpe de Estado.
Para o ministro da Defesa guineense, a visita do primeiro-ministro português demonstra que o país voltou à normalidade.
“Pelo menos para demonstrar que não há nada de anormal que possa impedir a cooperação técnico-militar com Portugal, assim como noutras áreas. Essa delegação encoraja-nos bastante. Como podem constatar, estão na delegação vários ministros e secretários de Estado. É um sinal de solidariedade para connosco para podermos continuar aquilo que estamos a fazer”, observou Sandji Fati.
Fati afirmou ainda que “dentro de em breve” deverão chegar ao país oficiais portugueses para ministrar cursos de treino aos militares guineenses.
António Costa aterrou hoje em Bissau cerca das 13:50 para uma visita de 24 horas, que inclui ainda hoje encontros com a comunidade portuguesa e com o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló.
No domingo, antes de partir para Cabo Verde, António Costa visita o talhão português do cemitério de Bissau.
O primeiro-ministro viaja acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Francisco André.