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Andreia Rodrigues, de 28 anos, natural de Mesão Frio, distrito de Vila Real, emigrou para a Suíça em 2014. A proposta surgiu-lhe através de uma amiga, para vir como babysitter para Zurique, numa altura em que estava entre temporadas de trabalho e meses sem o ter. "Nem pensei duas vezes, acho que lhe disse: Está bem, vou!". E foi assim que Andreia deixou a terra que a viu nascer, para chegar a uma realidade nova, onde o primeiro ano se mostrou uma grande batalha.
Este grupo organiza de tempo a tempo jantares de convívio, pelos quais Andreia apenas se responsabiliza no cantão de Zurique. Cabe a outros membros do grupo organizarem os preparativos para outros cantões. Assim, não se torna muito difícil de organizar, sendo o que lhe custa mais será preparar as lembranças. "Sou eu que os faço, não compro nada. Começo a fazer com um mês de antecedência, porque preparo tudo ao pormenor e com carinho.
Os maiores sucessos do grupo online de mulheres, foi um desafio de relatos de histórias de vida. Segundo a administradora, até podiam fazer em privado que as histórias eram depois colocadas anonimamente. A minha ideia, e não a perdi, foi para mais tarde lançar um livro com estas histórias".
Com os tempos atuais de pandemia que vivemos, confessa que além de se falar mais desse tópico no grupo e nessas alturas as mulheres se exaltarem um pouco, a vida do grupo mantém-se igual. "As pessoas começam a ficar com os nervos à flor da pele quando se fala no vírus. De resto está tudo normal", relata a jovem portuguesa. Já na sua vida pessoal, confessa que a pandemia afeta mais, pois teve de reduzir as viagens a Portugal, bem como os convívios com as amigas.
De Portugal sente falta das saídas com os amigos ao fim de semana e a Suíça conquistou-a por ser um país limpo e higiénico, mas não deixa de ir sempre que pode a Portugal. "No mínimo duas vezes por ano e sempre para a minha terra".
Confessa que não se sente mais guerreira que qualquer outra ou outro emigrante. Na realidade, "quando todos deixam as suas famílias, as suas terras e os seus pertences para trás, tudo isso torna qualquer emigrante um guerreiro".
Aos familiares, amigos e seguidoras deixa a mensagem que já se tornou habitual: 'Bota prá frente que atrás vem gente', porque o "importante é não desistir e sorrir para a vida, independentemente dos problemas que temos" declara Andreia.
Quanto aos restantes portugueses, deseja que deixem de pensar de forma tão linear. "Ser emigrante não é abanar uma árvore e temos tudo. Sofremos muito. Há muitas lágrimas que a almofada leva com elas. E chegarmos principalmente no verão, que é quando mais nos atacam, e ver certos comentários, é triste e revoltante", desabafa a mesma.
"Não emigramos porque nos apeteceu, mas porque fomos obrigados a isso. Tivemos coragem para o fazer, que muitos não conseguem. Mas é preciso ter muita força para sermos emigrantes, principalmente nos primeiros anos", remata Andreia Rodrigues, uma emigrante Guerreira na Suíça.
Gravado ao telefone - Entrevista-andreia