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Se querem realmente ser fieis e manter as verdadeiras tradições



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“se querem realmente ser fieis e manter as verdadeiras tradições portuguesas, não será certamente com os “tais”... “

Na véspera do início do Tour 2017/2018 - Uma casa portuguesa,  falámos com o “bicho do palco” o extrovertido e inconformado “Rei da música pra pular” - ZéZé Fernandes.
Sem papas na língua e com a vivacidade que o caracteriza assume-se um bracarense vermelho e branco, mas confessa gostar também do azul, do preto, do castanho, das morenas, ruivas e também das loiras.
Adora perfumes oferecidos, da gastronomia portuguesa, em particular da do Minho, mas refere que “tudo que vem á rede é peixe”.  Pratica rugby e gosta do Al Paccino. É um cinéfilo; já viu o filme Braveheart  do Mel Gibson,  “mais de 5729 vezes”. Musicalmente aprecia Deep Purple, Whitesnake, Iron Maiden, Kamelot, Metálica, Pantera, Moonspeel e Ramp, entre outros.  Reafirma que o lugar dos “tais” [músicos] é no lixo e elege como uma das suas músicas preferidas “I love you”  de Lee Clayton.
Confessa ter dois heróis nacionais predilectos; Maria da Fonte e Salgueiro Maia.

Entrevista de Joana Araújo

- Sabemos que é minhoto, onde nasceu?

ZéZé Fernandes  - Sim senhor, sou orgulhosamente minhoto, alto-minhoto para ainda ser mais preciso, e tudo isso desde o dia 26 de Junho do ano 1966. Nasci em Ponte da Barca no antigo Hospital da Misericórdia, e sou filho de Maria de Lurdes da vila de Arcos de Valdevez e de José Luís da vila de Ponte da Barca. Nasci num domingo, perto das 10h e acredito que estivesse um dia de sol lindíssimo. Nasci no glorioso ano de 1966, ano em que roubaram o título de campeão do mundo de futebol aos nossos Magriços, e o meu Braga ganhou a primeira Taça de Portugal.

- Fale-nos um pouco sobre os elementos da sua banda; quando começaram, como a classifica e quais as influências?

ZZF - Os elementos da banda são, e começando pelo mais antigo, o Jorge Oliveira de Braga na viola baixo, a Patrícia Silva de Vila Nova de Cerveira no acordeão, e o Paulo Lagarto de Arcos de Valdevez na bateria. Ah, e todos eles também cantam e mesmo muito bem e vão poder constatar isso nos espectáculos. Comecei, profissionalmente, em Janeiro de 1991 e logo em Londres e Bruxelas, ou seja, comecei “à grande e à francesa”. Corrijo, comecei “à grande” mas não na França. O folclore do Minho é a minha maior fonte de inspiração, quer nos arranjos que faço dos temas conhecidos do cancioneiro minhoto, quer nos temas originais que componho. As principais influências são as do próprio folclore minhoto, e outras que fui buscar aos grandes Zeca Afonso, Vitorino, Janita Salomé e, o mais importante, Júlio Pereira, que sem ele eu não teria manifestado o interesse na música tradicional e folclórica. Claro que não me posso esquecer do meu rico heavy metal.

- Qual é a vossa editora e que trabalhos já editaram. Onde podem ser adquiridos?

ZZF - A editora é minha, chama-se Música do Minho, e percebe-se que são edições de autor. Nunca me verguei ao peso, roubo e humilhação das grandes editoras, e como consequência, reflecte-se na minha carreira. Os cds podem ser adquiridos através do meu site  www.zezefernandes.com e nos concertos.

- Os críticos e o público definem-no como “bicho de palco”. Porquê?

ZZF - O já famoso termo “bicho de palco” foi lançado pelo grande Manuel Araújo numa entrevista nesta mesma revista há poucos anos. Muita gente já teria vontade de o dizer, mas foi preciso alguém o escrever para agora ser usual. Eu creio que o “bicho de palco” tem muito a ver com o à-vontade com que encaro a minha performance. Essencialmente, é a alegria, a vivacidade e a diversão que eu transmito, e que se reflecte no público. Além dos meus excelentes músicos, sei também que sou um grande executante do cavaquinho e bandolim, sei que me desenrasco a cantar (pró que vejo por aí até nem canto nada mal) e as pessoas adoram ver bons músicos e bons executantes em palco. Concluindo e resumindo, o melhor é assistirem aos espectáculos para confirmarem.

- Disse há algum tempo que “90% dos chamados artistas, o sítio deles era no lixo”. Mantém a afirmação?

ZZF- Não, infelizmente e com muita pena minha enganei-me, e assumo e corrijo o erro. 90% dos “tais” que alguém (com muita lata e sem vergonha na cara) chama de artistas, agora são ainda em maior número, e andarão pela casa dos 95% ou até muito mais. Claro que estou a falar do pessoal que anda a sujar, emporcalhar e assassinar a área da música de inspiração tradicional e as verdadeiras tradições do nosso Portugal. Neste momento basta tocar uma concertina, juntar uns ritmos de kizomba, kuduro, forró ou cópias de música da América latina e já está o sucesso garantido. Somando as raparigas que pensam que são bailarinas e vão para os palcos quase vestidas ou quase despidas, já nem sei o que aquilo é, até parecem umas prostitutas, então é que é a confirmação do projecto. As prostitutas que me desculpem mais uma vez esta comparação, mas para as pessoas perceberem tinha mesmo que fazer alusão à vossa mais antiga profissão do mundo. Peço perdão. E tudo isto acontece, com total cobertura duma grande editora discográfica, e o “bolo em cima da cereja” é a apresentação dominical na nossa querida televisão privada. Eu, até já nem sinto tristeza por não aceitar convites de alguns canais de televisão. Como diz o meu grande amigo e jornalista António Luís Fernandes, “Está lindo, está”.

- A digressão 2017 está prestes a ter início, qual é o roteiro?

ZZF- O roteiro, e como dizia o grande João Pinto (FC Porto), só gosto de falar no fim. Neste momento a agenda ainda está em fase de construção, apesar de já ter muita coisa agendada, mas ainda faltam várias datas já habituais que irão ser preenchidas. Posso dizer que arranca no dia 11 de Março, em Zurique, no Centro Lusitano de Zurique, e fazemos uma pausa em Novembro, para retomar em Fevereiro de 2018. e vai ser uma tour de dois anos em grande. Além de correr o pais de um lado a outro, como já é habitual, iremos também às ilhas, e claro está, à Suíça e resto do mundo. O que tenho marcado são realmente, e disso me posso orgulhar, boas festas. Esperem pelo arranque a 11 de Março da tour “Uma casa portuguesa”.

- É habitual os artistas lamentarem sempre o panorama musical português. O que pensa disso, é mesmo assim tão mau? 

ZZF - Em grande parte já respondi anteriormente, mas é normal os artistas lamentarem, e com toda a razão. Eu gosto de dividir o panorama musical português em dois: artistas dum lado, e os “tais” que andam na música porque alguém os deixou ou pôs lá, do outro.
Quem anda a fazer a maior fatia de concertos em Portugal e diáspora portuguesa, e até me custa dizer o nome, são os chamados “tais” que andam na música porque alguém os deixou ou pôs lá. Então na emigração ainda é mais gritante, mas aí culpo as televisões, porque a pouca música que mostram aos emigrantes é precisamente a “tal”. E depois, mesmo lamentando a falta de qualidade da música que há “para comer”, levam os “tais” numa tentativa de mostrar e manter as tradições do Portugal que tanto amam. Acontece depois que os verdadeiros artistas, os que cantam, tocam e compõem temas musicais de excelência, não têm concertos, não têm suporte financeiro para manter a carreira e a casa. E o mais grave é que ninguém tenta fazer nada para inverter essa horrível tendência. Depois o pessoal não se admire do estado do nosso país, que diga-se de passagem está muito lindo.

- O Mundo está a fervilhar, fala-se a toda a hora da crise, da terceira Guerra Mundial, há descrença e insegurança quanto ao futuro. Quer descrever o que pensa sobre a situação política e financeira actual, tanto a nível nacional, como internacional?

ZZF - A terceira Guerra Mundial já nós a vivemos mal saímos da segunda, basta fazer uma análise muito rápida ao que tem acontecido pelo mundo desde aí: guerra fria, guerras grandes, guerras pequeninas, guerrinhas aqui e acolá, terrorismos, ódios étnicos, ódios religiosos, etc, etc, etc.
Além disso, temos vivido uma época em que o capitalismo é rei e daí tiramos todas as consequências. Nunca o dinheiro valeu tão pouco e não chega para nada o que provoca insegurança familiar, ansiedade, nervosismo, tensão, inquietação, infelicidade, e até nos casos mais extremos, o suicídio. Tenho uma ligeira impressão de que já valeu a pena isto… e aqueles que dizem que caminhamos para a destruição estão bem enganados, já lá estamos, digo eu.

- Sei que será difícil concretizar-se, é utópico, mas se tivesse o poder durante um dia, o que mudaria neste mundo?

ZZF - Esta é daquelas perguntas que todo o artista gosta de responder para fugir um pouco à rotina das perguntas da sua actividade, mas eu não vou estar aqui a dizer o que fazia porque, “o segredo é a alma do negócio”, e tenho isso já pensado para quando realmente tiver esse poder. E olha que já estive mais longe.
Digo-te só que fazia tanta coisa para bem do mundo que antes do almoço desse mesmo dia já os “chefes do mundo” (Money, Money, Money...) andariam à minha procura para me darem dois calduços. Há até quem diga, que me matariam, mas quanto a isso ainda estou para ver o primeiro que me apareça pela frente com essa vontade. Não pratico rugby à toa. Já agora, e não querendo fazer publicidade, treino no CRAV – Clube de Rugby de Arcos de Valdevez que até já está a merecer uma reportagem aqui nesta vossa grande revista.

- Para finalizar, quer deixar uma mensagem de esperança aos nossos leitores?

ZZF - Vou falar da minha área que é a música, e mais precisamente do folclore e das tradições da minha terra e do nosso Portugal. Como grande parte dos leitores estão emigrados, prefiro que sejam precisamente os emigrantes que enviem mensagem de esperança para a música portuguesa. Quando lutam anos a fio para manter as tradições portuguesas no vosso país de acolhimento, só peço para serem um bocado mais selectivos. Não escolham os “tais” só porque vão à televisão ao domingo, aliás, nem tudo o que dá na televisão é bom. Há um montão de pessoal que não vai às televisões que é mesmo muito bom. Se querem realmente ser fieis e manter as verdadeiras tradições portuguesas, não será certamente com os “tais” que cantam com ritmos de kizomba, kuduro, forró ou cópias de música da América latina que estarão no caminho certo.
Eu sei que estou a ferir certas susceptibilidades, e que até tenho sido bastante penalizado na minha carreira por dizer o que me vai na alma, mas eu pelo menos sou sincero e verdadeiro no sentimento que nutro pelo nosso Portugal. Eu sou assim, quando subo a um palco não vou só, levo a paixão pela minha terra, pelo meu Minho e pelas tradições de todo o meu país. Há mais de 25 anos.

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