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Foi confirmado ontem, dia 25 de Fevereiro de 2020, o primeiro caso de coronavírus na Suíça. Trata-se de um habitante do cantão do Ticino, ao sul do país, na fronteira com a Itália, que havia estado recentemente em Milão. Os especialistas Suíços falam que era uma questão de tempo até que o primeiro caso fosse registado e este será apenas o primeiro. Esperam-se mais, dado à proximidade com a região italiana afectada e ao facto de cerca de 70’000 italianos se deslocarem diariamente para os seus trabalhos em localidades suíças perto das fronteiras.
Segundo a agência de notícias SDA, testes laboratoriais realizados em Genebra revelaram o caso de Coronavírus no cantão Ticino. Até agora, cerca de 300 pacientes com suspeita de contaminação por Covid-19 foram testados na Suíça, mas não havia nenhuma confirmação, segundo o ministério suíço da Saúde.
No início da semana, o governo anunciou o reforço das medidas para evitar a propagação do vírus através da Itália, ao mesmo tempo ressaltando que a situação na Suíça está sob controle.
No entanto, tal como na vizinha Itália, em que o número de casos passou numa semana de 3 para cerca de 300, com 10 situações fatais, os suíços começam a preocupar-se mais com a situação. Mais de uma dezena de cidades nas províncias da Lombardia e do Vêneto, com população combinada de cerca de 50 mil pessoas, foi colocada sob quarentena e as prateleiras dos supermercados chegaram mesmo a ficar vazias. Porém o vírus continua a se espalhar e as autoridades já registraram uma infecção na Sicília e o primeiro caso ao sul de Roma, na terça-feira.
Também os portugueses a viver em solo suíço, começam a mostrar sinais de preocupação. Enquanto alguns não alteram os seus hábitos diários e assumem não estar minimamente preocupados com o tema e outros se colam a teorias da conspiração. Há os que já começam a ter mais cuidados de higiene, começam a armazenar mais comida em casa sem grandes exageros e mostram receios de terem de ficar em isolamento e não puderem adquirir certos medicamentos ou produtos para casos especiais de doentes oncológicos ou crónicos mais debilitados, em casa ou até mesmo bebés recém nascidos, como é o caso de Maria Ruela, Sandra Lopes e Marlise Feliciano.
Mas há quem concorde com Lucia Silva, que mesmo com estas preocupações, não há grande coisa que se possa fazer, “pois é dificil saber quando nos cruzamos com alguém infectado” e que não adianta andar obcecado com o assunto. Apenas se deve seguir a vida normalmente como Cidália Luna, “viver sem medos”.
O luso.eu tentou contactar o Cônsul Geral de Zurique, Paulo Maia e Silva, mas até à data da publicação do artigo, não obteve qualquer resposta.
Nos postos de trabalho na Suíça começam a surgir os primeiros panfletos, onde se sugere que não se cumprimentem as pessoas com apertos de mão, ou que se lave constantemente as mãos e se tenham cuidados de higiene redobrada. Também nas escolas, os professores chamam a atenção das crianças para a sua higiene de forma a prevenir um maior contágio. Nos aeroportos, os viajantes são informados sobre os cuidados a ter, bem como nas fronteiras entre a Suíça e Itália. No Ticino, estão a ser intensificados os testes do Coronavírus, a qualquer pessoa que apresente os mesmos sintomas.
Certo é que Alain Berset, ministro suíço da Saúde, faz no momento uma visita oficial à Itália. Irá reunir-se em Roma com os seus homólogos da Itália, Áustria, Alemanha, França e Eslovênia para discutir o surto e a coordenação do combate ao vírus, que já afectou mais de 80 mil pessoas, tendo morto cerca de 2600 pessoas e alastrando-se por mais de 29 países.