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No dia em que se celebram dois anos do referendo ao povo Britânico sobre a sua permanência na União Europeia, uma multidão saiu às ruas de Londres exigindo um segundo referendo.
Esta manifestação, designada People’s vote, reuniu pessoas de todo o país, naquela que foi considerada a maior demonstração de apoio a um novo referendo sobre o o acordo final entre o Reino Unido e a União Europeia.
A manifestação contou com a participação de representantes de todos os partidos políticos que marcaram o segundo aniversário do referendo com uma caminhada desde o Buckingham Palace até Whitehall. Membros do Partido Conservador caminharam lado a lado com votantes do Partido Trabalhista e do Partido Liberal Democrata, colocando mais pressão sobre o Governo Britânico e o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn.
Na sequência de mais avisos por parte de empresas multinacionais que ameaçam sair do Reino Unido devido à incerteza causada pelo Brexit, muitos manifestantes demonstraram a sua insatisfação com a forma como o governo britânico tem procedido nas negociação e a necessidade de um segundo voto nesta matéria.
Multinacionais como a Airbus e a BMW manifestaram as suas intenções de reconsiderar os seus planos de investimento no Reino Unido, caso o governo britânico não logre um acordo satisfatório com a União Europeia.
Lord Glendonbrook, do Partido Conservador e que geriu uma empresa do sector da aviação durante décadas, referiu ao jornal The Observer, que protelar um acordo com a UE em matéria de tarifas, poderia originar a perda destes importantes negócios para o Reino Unido em favor de rivais europeus.
A Airbus, por si só, estima-se que contribua com cerca de dois mil milhões de libras anuais para o fisco britânico e empregue cerca de 15000 trabalhadores.
Altas figuras do Partido Conservador já mencionaram que, caso a Primeira-Ministra britânica não chegue a acordo nas próximas semanas, o governo poderá ter que enfrentar uma nova crise parlamentar enquanto outros representantes, partidários do Brexit, como o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, pretendem que o governo britânico tome uma posição mais dura nas negociações com Bruxelas, exigindo um “full British Brexit” que permita ao país determinar as suas regras na negociação de acordos comerciais.
Estas posições foram imediatamente criticadas por representes de multinacionais, nomeadamente, Juergen Maier, director executivo da Siemens UK que qualificou a intervenção do Ministro dos Negócios Estrangeiros Britânico como danosa e juntou-se aos restantes dirigentes na defesa de um acordo que respeite a fluidez comercial entre o Reino Unido e os restantes países da UE.
Uma fonte do Governo Britânico veio referir que o governo está empenhado numa solução para o Brexit votado pelo povo britânico, de forma que o futuro do país fora da União Europeia seja melhor e mais positivo.