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Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) comprometeram-se hoje a aplicar “o tempo que for necessário” as sanções financeiras acordadas pelos líderes europeus à Rússia, após invasão da Ucrânia, prometendo que “serão complementadas por decisões adicionais”.
“No Conselho Europeu da noite passada, os líderes acordaram em medidas restritivas que imporão consequências maciças e severas à Rússia. Nós, ministros das Finanças, iremos implementar imediatamente estas sanções financeiras e económicas, sanções essas que durarão o tempo que for necessário e serão complementadas por decisões adicionais”, referem os responsáveis europeus pela tutela numa posição hoje publicada.
Também firmada pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu, a posição dá ainda conta de que os ministros das Finanças da UE pediram ao executivo comunitário e ao BCE que “avaliassem as consequências de cortar ainda mais o acesso das instituições russas ao sistema financeiro”.
“Todas as opções estão em cima da mesa”, concluem, falando numa “absoluta unidade na resposta às ações militares russas não provocadas e ilegais”.
Na nota, os ministros das Finanças da UE adiantam que, na reunião informal em Paris organizado pela presidência francesa do Conselho, foram ainda discutidas “as consequências económicas desta crise geopolítica, em particular no setor da energia”.
“Estamos empenhados em acelerar a agenda […] para reforçar a nossa independência económica”, adiantam.
Em causa está a nova lista aprovada pelos chefes de Governo e de Estado da UE de madrugada, em cimeira europeia extraordinária em Bruxelas, com sanções para os setores financeiro, energético, dos transportes, exportações e de política de vistos.
No que toca ao setor financeiro, a UE irá “tomar medidas adicionais” sobre “interações financeiras com bancos russos para além das instituições atualmente proibidas”, o “financiamento de empresas estatais russas” e “fluxos financeiros e investimentos da Rússia para a UE”, avançaram fontes europeias à agência Lusa.
Apontando que “este pacote de medidas assenta e alarga as atuais sanções da UE no domínio financeiro”, as mesmas fontes europeias especificam estar em causa a proibição de empréstimo e compra de títulos de novos bancos (privados), de nova cotação das ações das empresas estatais russas nas bolsas europeias e de acesso a empréstimos, assim como da aceitação de novos depósitos de cidadãos russos e residentes em bancos do espaço comunitário, abrangendo depósitos superiores a 100 mil euros, “tendo assim um claro impacto sobre a elite russa”.
Criada é também uma barreira ao investimento em títulos da UE, com uma proibição de depositários em centrais de valores mobiliários.
Ao nível energético haverá uma “proibição de exportação de tecnologias de refinação específicas da UE para a Rússia”, enquanto, no que toca ao setor dos transportes, haverá “proibição de exportação de aeronaves, espaço, peças sobressalentes, tecnologia e serviços relacionados”.
“Outras restrições de exportação para bens de dupla utilização e para artigos adicionais de tecnologia avançada”, adiantaram as mesmas fontes europeias à Lusa.
Além disso, “a União deve suspender as viagens sem visto para os titulares de passaportes diplomáticos russos, bem como os acordos de facilitação de vistos para os titulares de passaportes de serviço”, mediante uma proposta que será apresentada pela Comissão Europeia, concluíram.
A Rússia lançou na madrugada de quinta-feira uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, ataque que foi de imediato condenado pela comunidade internacional.
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