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Uma dama de ferro nas políticas europeias, uma moderadora do seu povo. Amada por muitos, mal vista por outros tantos, Angela Merkel cumpre mais de quinze anos no comando da Alemanha. Despede-se este ano. As eleições para o lugar de chanceler federal terão lugar a 21 de setembro.
Merkel despede-se do governo depois de mais quinze anos à frente dos destinos da Alemanha. Este ano, como tem deixado em aberto nos seus discursos emotivos em tempos de pandemia, terá sido um dos mais difíceis enquanto chanceler. Cruzou-se com vários líderes políticos, enfrentou várias crises. Um caminho longo, que terminará em setembro. Até lá, a Alemanha viverá numa incerteza.
Entrou no mundo da política como sendo a menina de Helmut Kohl, mas seguiu o seu caminho. Tornou-se a mulher mais poderosa do mundo. Mantém essa posição há dez anos, num ranking organizado pela Forbes.
A chanceler que mais tempo esteve em funções, a primeira mulher no poder no país, destacou-se desde o início. Mostrou a sua flexibilidade quando alterou as leis das armas nucleares, a pedido do povo que se manifestou em 2013. Em entrevistas, diz basear a sua forma de fazer política numa ânsia de liberdade, que lhe marcou a juventude. Enquanto todos rumavam a Berlim Ocidental, os pais de Angela Merkel fizeram o percurso contrário e estabeleceram-se na parte leste de Berlim.
Eleições à porta
A corrida pela liderança da CDU, partido de Merkel, acontece este sábado. O novo presidente do partido poderá ser o próximo chanceler federal da Alemanha. Estes são os senhores de que se fala e que terão a difícil tarefa de substituir Angela Merkel e tomar conta de uma Alemanha ainda tão fracionada.
Friedrich Merz. Católico, conservador, próximo dos empresários e dos eleitores de direita. Faz crescer a ideia de uma nova era conservadora, tendo no passado liderado enquanto conservador, no Parlamento. Foi afastado pela própria Merkel em 2002. Alegações distorcidas sobre pedofilia e homossexualidade puseram-no, recentemente, na ribalta de um escândalo. Encontra-se na fação oposta a Merkel.
Norbert Röttgen, ex-ministro do ambiente, também foi despedido por Merkel, em 2012. A partir daí começou a destacar-se na política externa. Uma personalidade ativa e defensora de transações transatlânticas. Um crítico severo e explícito de Vladimir Putin. Representa a cara de um chanceler federal voltado para a política externa.
Armin Laschert é o preferido de Merkel e sabe ganhar eleições. Laschet é o governador da região mais populosa do país, a Renânia do Norte-Vestefália. Os analistas apontam que tem o apoio dos trabalhadores e das mulheres. Consideram-no uma alternativa moderada.
Aconteça o que acontecer, o vencedor terá a dura tarefa de substituir Angela Merkel e o papel que ocupa na afirmação da Alemanha na liderança da União Europeia.
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