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O livro, concebido pelo historiador Daniel Bastos a partir do espólio singular de Gérald Bloncourt, um dos grandes nomes da fotografia humanista recentemente falecido em Paris, é apresentado às 18h00 na Associação 25 de Abril.
A apresentação da obra, uma edição trilingue (português, francês e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, e prefácio do coronel Vasco Lourenço, estará a cargo do militar de abril e presidente da Direção da Associação 25 de Abril.
Neste novo livro, realizado com o apoio da Associação 25 de Abril, uma das instituições de referência do Portugal democrático, Daniel Bastos revela uma parte pouco conhecida do espólio de Gérald Bloncourt, afamado fotógrafo que imortalizou a emigração portuguesa em França nos anos 60 e 70, mas que foi também um espectador privilegiado da explosão de liberdade que tomou conta do país após a Revolução de 25 de Abril de 1974.
Através de imagens até aqui praticamente inéditas, o investigador cujo percurso tem sido alicerçado no seio da Lusofonia, aborda factos históricos que medeiam a Revolução dos Cravos e a celebração do Dia do Trabalhador na capital portuguesa. Designadamente, a chegada do histórico líder comunista Álvaro Cunhal ao Aeroporto de Lisboa, a emoção do reencontro de presos políticos e exilados com as suas famílias, o caráter pacífico e libertador da Revolução de Abril, e as celebrações efusivas do 1.º de Maio de 1974, a maior manifestação popular da história portuguesa.
A publicação da obra, que contou com a colaboração de Isabelle Bloncourt, e é ainda enriquecida com memórias e testemunhos do fotojornalista franco-haitiano, representa cerca de meio século após a Revolução de Abril um novo contributo e oportunidade para revisitar a génese da democracia portuguesa. Assim como, um dever de memória e um contributo cívico que procura dar vida à democracia através da importância da história na compreensão do presente e na construção do futuro.
Segundo Vasco Lourenço, este livro ilustrado pela lente humanista de Bloncourt, fotógrafo que em 2016 foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da República, constitui uma viagem ao “tempo dos sonhos cheios de esperança, da afirmação da cidadania, da construção de uma sociedade mais livre e mais justa, do fim e do regresso de uma guerra sem sentido com a ajuda ao nascimento de novos países independentes, onde a língua portuguesa continuou a ser o principal factor congregador”.
Refira-se que a edição da obra deveu-se em grande parte ao mecenato de empresas da diáspora, que partilham uma visão de responsabilidade social e um papel de apoio à cultura, e que ao longo do ano estão agendadas várias sessões de apresentação do livro no território nacional e junto das comunidades portuguesas no mundo.