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A Tipografia Lousanense, fundada em 1885, no concelho da Lousã, está em Processo Especial de Revitalização (PER) e contabiliza-se uma dívida total de três milhões de euros.
Em 18 de julho, foi nomeado um administrador judicial provisório da insolvência daquela gráfica com mais de 100 anos e, em 14 de agosto, foi publicada a lista provisória de credores da empresa, segundo documentos consultados pela agência Lusa na plataforma Citius.
Os maiores credores associados ao processo são o Banco Comercial Português (BCP), com 1,2 milhões de euros, e a Caixa Geral de Depósitos, com 637 mil euros de crédito, refere a lista provisória de credores da Tipografia Lousanense.
Entre os maiores credores daquela gráfica, está ainda o Instituto da Segurança Social, com 357 mil euros de crédito contabilizado.
O processo decorre no juízo do Comércio da Comarca de Coimbra.
Contactada pela agência Lusa, a administração da empresa escusou-se a comentar a situação da gráfica no presente momento, remetendo esclarecimentos sobre o PER após estarem concluídas as negociações com os credores.
Segundo o ‘site’ da empresa, aquela gráfica resistiu, ao longo dos anos, “às mais diversas mudanças políticas, económicas e sociais” no país, sendo dirigida há mais de um século pela mesma família.
“Ao longo dos tempos a Lousanense soube sempre acompanhar as tendências do mercado, inovando e modernizando-se de forma a desenvolver o seu negócio de forma sustentada”, refere a empresa, esclarecendo que presta serviços de pré-impressão, de impressão e ainda de acabamentos, sendo especialista “na área editorial desde a sua fundação”.
De acordo com o 'site', a empresa foi fundada por Aníbal Fernandes Tomás Pipa, bibliógrafo português, que inaugurou o arranque da gráfica em 01 de maio de 1885, com a publicação do primeiro número do então Jornal da Lousã, com uma orientação marcada pelos ideais liberais e republicanos.
Segundo a Lousanense, a empresa viria a ser comprada por Bernardino Lopes Padilha, funcionário da gráfica, altura em que o Jornal da Lousã se declara abertamente como republicano.
Em 13 de outubro de 1898, a tipografia seria passada a Júlio Ribeiro dos Santos, mantendo-se a mesma na sua família até aos dias de hoje.
Republicano, Júlio Ribeiro dos Santos seria também responsável pelo lançamento do jornal O Lousanense, e dos semanários Comércio da Lousã e O Futuro, refere o 'site da empresa.