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Representantes da Ucrânia e da Rússia poderão reunir-se novamente no fim de semana, disse hoje o chefe dos negociadores da Ucrânia, Mykhailo Podoliak, numa conferência de imprensa em Lviv, no oeste da Ucrânia.
“A terceira fase [das negociações] pode ter lugar amanhã [sábado] ou depois de amanhã [domingo], estamos em contacto constante”, disse Podoliak, citado pela agência francesa AFP.
O conselheiro do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que as autoridades de Kiev estão apenas à espera do acordo de Moscovo para regressar à mesa de negociações.
“A fim de garantir que as pessoas não sejam mortas, estamos prontos para ir a qualquer momento e continuar a trabalhar”, acrescentou Podoliak.
Segundo o Governo alemão, o Presidente russo e o chanceler Olaf Scholz falaram hoje ao telefone e Vladimir Putin terá referido o seu propósito de aceitar uma terceira ronda de negociações russo-ucranianas no fim de semana.
As duas rondas de negociações anteriores, na segunda e na quinta-feira, realizaram-se na Bielorrússia, país aliado da Rússia.
Na quinta-feira, as duas partes chegaram a um acordo para a criação de corredores humanitários na Ucrânia para socorrer populações civis.
O porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, disse hoje que o futuro das negociações com a Ucrânia dependerá da reação de Kiev à posição de Moscovo, que se mantém inalterada.
“As negociações que tiveram lugar foram uma boa oportunidade para transmitir ao lado ucraniano a nossa visão sobre este problema. A partir de agora, tudo dependerá da reação do lado ucraniano”, disse Peskov, citado pela agência espanhola EFE.
Peskov disse que, neste momento, não se fala em assinar quaisquer documentos em resultado das negociações.
A Rússia invadiu novamente a Ucrânia em 24 de fevereiro, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
Na mesma altura, eclodiu uma guerra separatista no leste da Ucrânia, com apoio de Moscovo, que provocou mais de 14.000 mortos em oito anos.
A ofensiva militar atual, que entrou hoje no nono dia, provocou milhares de mortos, entre civis e militares, mas o número preciso está por contabilizar.
A invasão também levou mais de 1,2 milhões de pessoas, maioritariamente mulheres e crianças, a fugir da Ucrânia para os países vizinhos, sobretudo Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O avanço das tropas russas provocou também a destruição de muitas infraestruturas civis na Ucrânia, apesar de a Rússia reclamar que só está a atacar alvos militares.
Este é considerado o ataque militar mais grave de um país contra outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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