Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!
O BE acusou hoje o Presidente da República e o primeiro-ministro de empurrarem o país para o pântano, “agora que não precisam um do outro”, e afirmou-se “preparado para o que houver”.
“Agora que [Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa] não precisam um do outro [para alcançarem a reeleição e a maioria absoluta, respetivamente] empurraram o país para o pântano”, acusou a coordenadora do BE, Catarina Martins, à margem de uma reunião dos líderes dos partidos da esquerda no Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Catarina Martins disse que a atual situação política foi provocada pelo “Presidente e primeiro-ministro” que “alimentaram um ao outro a sua continuidade: O primeiro-ministro permitiu ao Presidente um segundo mandato de uma forma muito confortável e o Presidente da República colaborou com o primeiro-ministro no seu número para ter uma maioria absoluta”, considerou.
“Agora que já não precisam um do outro empurram o país para o pântano e não têm o mínimo equilíbrio institucional. Isso acho que estamos todos a ver”, criticou.
Questionada sobre o que espera da declaração que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai dirigir ao país, hoje, às 20:00, Catarina Martins recusou “especular” sobre o conteúdo da mensagem, considerando, no entanto, que “é preciso credibilizar o Governo” que, neste momento, “é absolutamente inoperante”.
“Num cenário de maioria absoluta só há duas saídas: ou o Presidente da República decide dissolver o parlamento, convocar eleições – o Bloco de Esquerda estará preparado para o que houver -, ou o Governo tem a capacidade […] de se reinventar, de se reorganizar, de mostrar um outro projeto ao país”, disse Catarina Martins,
A coordenadora do Bloco acrescentou que, “neste momento, está nas mãos do Presidente da República e do primeiro-ministro tirarem Portugal do pântano em que está”.
Catarina Martins, que vai deixar de ser líder do BE no final deste mês, criticou o que diz ser a postura do executivo socialista de “mentir ao parlamento e ao país – não é apenas o ministro João Galamba, já foram vários”, e do primeiro-ministro por “achar tudo isto normal”.
“Precisamos de decisão política nas áreas fundamentais […], neste momento estamos com o país paralisado”, sustentou.
E, voltando-se para os problemas com os quais a população está confrontada, Catarina Martins lembrou as declarações de hoje da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, a sobre Portugal, no mesmo dia em que o BCE anunciou o aumento das taxas de juros em 25 pontos base e a continuação desta tendência até ao final do ano.
“[Lagarde] falou especificamente de Portugal, reconhecendo que em Portugal esta subida dos juros tem um impacto muito difícil para o país, porque temos muitas famílias com créditos à habitação que estão a disparar de uma forma incomportável”, completou.
O Governo chefiado por António Costa é “o único na Europa que teima em reduzir a dívida a um ritmo que foi considerado prejudicial pelas próprias instâncias europeias”.