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Olhem com olhos de ver para esta criança e pensem como esta mensagem poderia ser na primeira pessoa:
«OLÁ!
Chamo-me Ser Criança Na Síria e vivo em Goutha. Tenho 9 anos. Nunca fui à escola porque os meus pais me diziam que tinha de trabalhar. Gosto de brincar cá fora quando não ouço tiros, gritos ou alguma explosão. Se houver silêncio é porque o caminho está livre. A maioria dos meus amigos gosta de brincar ao “mata senão morres”. Alguns até têm pistolas de todos os tipos e até se vestem a condizer como se fossem ladrões.
Eu nunca gostei disso. Ultimamente ando disfarçado de doente. Tenho de andar com uma máscara na cara porque dizem que não se consegue respirar. Devem ter sido os maus que lançaram algum pó para nos mandarem embora. Acho que ninguém gosta de nós, deve ser por sermos pobres.
Ando sempre de lado para lado porque estão sempre a dizer-me que não se está bem sítio nenhum. Mas para onde quer que vá, é sempre a mesma coisa. Casas a cair, explosões, gritos, pessoas caídas no chão, até meninos como eu. Só consigo chorar e gritar para me tirarem daqui. Ninguém me ouve!
Gostava de conhecer meninos de outros lados. Será que também brincam com pistolas e andam de máscara na cara?»
Efetivamente, pensar na forma como as crianças sírias sobre(vivem) assusta-me porque nem sequer imagino um dia acordar e ter medo de sair à rua ou deitar-me sem ter certeza que voltarei a acordar no dia seguinte! Esta realidade não é nova, a guerra continua, crianças não são crianças, morrem centenas de pessoas todos os dias, as armas são usadas como brinquedos, toda a gente grita e ninguém lhes dá ouvidos.
Nunca vi o valor da vida humana tão reduzido. Matam com a regularidade com que comem. A minha solidariedade não se restringe à Europa porque crianças existem em qualquer parte do mundo e algumas nem sabem o que isso é!