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O ser humano é um animal social. As relações com outras pessoas são essenciais ao nossos bem-estar, seja de uma forma ou de outra, pois em algum momento temos que nos enquadrar num conjunto de comportamentos para nos integrarmos numa sociedade. Por mais introvertido(a) que alguém possa ser, em algum momento precisa de se relacionar com outros seres humanos e o sucesso dessa relação pode ajudar a se sentir integrado e feliz. Quanto a mim, não vejo muita diferença entre um verdadeiro amigo e alguém da minha família, mas tão pouco considero todos os que conheço como amigos. Uma coisa é certa: a qualquer hora estarei lá para festejar ou ajudar a levantar, tal como alguém da minha família. Neste caso, a família que vou escolhendo.
A relações humanas estão pejadas de intermitentes relacionamentos. A cultura, as crenças, as vivências, a personalidade, entre outas condicionantes, parecem determinar a classificação que fazemos quanto ao próximo e sobretudo se nos “completa como amigo”. O tempo em que não contactamos, inclusive, parece muitas vezes ajudar a perceber o quão madura é uma amizade. Afinal, quem não tem aquela amizade que por mais tempo que passe parece que continua exatamente igual? Geralmente, quanto maior o nível de estupidez privada – entenda-se fazer coisas estranhas que apenas essas duas (ou grupo) de pessoas compreendem e acham piada – maior a certeza que é uma verdadeira amizade. As memórias, sobretudo, são bons alicerces desta relação.
Existem naturalmente diferenças nas amizades entre homens e entre mulheres, ou não fossem também os seus cérebros diferentes, e, consequentemente, a forma de pensar. Porém o princípio é o mesmo: “gosto mesmo desta pessoa” pensamos nós. Um interesse genuíno no bem-estar do outro que nos leva a querer estar ao seu lado nos momentos da “ramboia”, e sobretudo nos momentos da “lama” (para não referir outra coisa com a mesma cor) para os apoiar. Aliás, até ficamos chateados caso ele/ela tenha precisado de ajuda e não nos tenha telefonado. Comigo dá direito a “música pedida” na certa!
E quando nos chateamos? Ótimo! É precisamente aí que a relação fica mais forte pois limam-se arestas da relação e vemos o quanto cada parte valoriza essa amizade ao ponto de querer melhorá-la. Ou não! A pessoas mudam ao longo do tempo, e frequentemente em sentidos diferentes. Algumas amizades têm prazo de validade. Qual é o problema? Foi bom enquanto durou – já dizia a música – e cada um voltará a encontrar outros amigos com quem se identifique. Nada de apegos, por favor! Os amigos são muito importantes, mas eu também sou e tenho direito/dever de ser feliz.
Concluindo, penso que a pedra angular da amizade é a sinceridade. Muitas vezes vejo-me obrigado a perguntar a um(a) amigo(a) - Queres mesmo a minha opinião? Ou queres que concorde contigo? – pois sei que mesmo que eu não diga, todo o meu corpo irá transparecer isso. Aliás, eles já sabem que prefiro calar-me a dizer ou fazer algo em que não me revejo. Estou convicto que só assim podemos construir relações verdadeiras e mais duradouras. Fazer falta a alguém quando chegar o nosso fatal destino depende do legado e carinho que deixámos naqueles que privaram connosco. O respeito que temos pelo amigo reflete-se no que lhe dizemos quando achamos que estamos a dar-lhe o melhor de nós em prol do melhor para ele(a). Ainda assim, devemos escolher uma forma mais adequada à sua personalidade para que não o interprete como um ataque.