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As três pancadas da praxe tradicional, dadas com uma bengala nas cartolas coloridas dos estudantes finalistas, foram vividas por milhares de estudantes esta terça-feira na Avenida dos Aliados no tradicional Cortejo Académico da Queima.
Encheram baixa do Porto no Cortejo da Queima das Fitas e juntaram-se para tirar fotografias e para receber bengaladas e abraços de felicidades dos colegas.
O termo «Praxe» descreve o conjunto das tradições académicas dos estudantes nos rituais de iniciação a que os caloiros são submetidos nas universidades portuguesas. Trata-se de uma forma especial de recepção e acolhimento a quem chega à universidade pela primeira vez. Apesar de não ser obrigatória, trata-se da entrada na vida social académica.
Durante esse período os caloiros realizam inúmeras tarefas, passeatas e brincadeiras - tudo sob olhar atento dos veteranos. Deixa de ser caloiro quando completar o primeiro ano de estudos e a partir do momento em que se inscreve no segundo ano letivo.
Quem manda na praxe é o veterano, o estudante com mais matrículas do que as necessárias para terminar o curso e que já tenha usado o «grelo» pelo menos durante ao menos por 3 dias. O «Dux Veteranorum» é o estudante veterano com mais matrículas de toda a academia e que é eleito para ser o chefe de veteranos sendo a máxima autoridade da praxe académica. Mas entre o caloiro existem outras fases da vida académica como o «Bicho» que é o estudante do ensino secundário ou equivalente, da Universidade de Coimbra. O «Pastrano» que é o estudante com uma matrícula, mas depois do início da Queima das Fitas, até à 2ª matrícula. É caloiro, mas já pode usar a pasta da praxe e por isso se chama-se pastrano e ainda o «Puto» que é o estudante com três matrículas.
A «Moca da Praxe» é usada indistintamente por alunos de todos os anos dos cursos e é um bastão, símbolo do poder dos veteranos.
Por fim, o «Traçar da Capa» é uma cerimónia que ocorre no final do primeiro ano da Faculdade. O aluno, até aí considerado caloiro, passa a trajar, isto é, a utilizar o seu fato e capa académicos, símbolos dos estudantes do Ensino Superior em Portugal.
A praxe académica surgiu, naturalmente, na Universidade de Coimbra, única em Portugal durante vários séculos. Tinha como base uma jurisdição especial (o "foro académico", distinto da "lei civil"), a qual era aplicada por um corpo policial próprio.