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“Estamos a trabalhar com aquilo que o Estado não preparou. E teve tempo, meus amigos. Teve tempo.” As palavras são de Joana Barroco, uma jovem médica natural de Chaves. O desabafo foi feito ontem, 17 de março, através das redes sociais, e terminou com um pedido aos governantes portugueses: “Declarem estado de emergência”.
Na sua publicação, Joana Barroco aparece na Unidade de Saúde Familiar em que trabalha com uma máscara e uma viseira que a própria afirmou ter trazido de casa. “A farda, a bata e as socas que tenho vestidas são minhas”, revelou.
A médica queixou-se da falta de material e apontou para o facto de que o país não se encontra preparado para a pandemia. A unidade em que Joana Barroco trabalha, tal como em todo o país, encontra-se a racionar o número de máscaras utilizadas. No entanto, segundo a médica, os profissionais de saúde deveriam “ter fatos descartáveis” e “equipamentos de proteção individuais”.
A necessidade do estado de emergência
“Ainda tenho idosos que vêm pedir a sua receita do seu medicamento para o qual ainda tem caixas em casa. E vêm aqui. Entram, agarram-se ao corrimão da escada, tocam nas cadeiras, respiram este ar! E daqui vão à farmácia. E depois vão ao café (que ainda não fechou) e ao talho (que ainda não fechou) e aos bancos (que ainda não fecharam) e a casa da filha e do neto e do cunhado e da tia e da vizinha e sabe deus onde vão mais”, partilhou Joana Barroco.
Na sua publicação, a médica revela sentir-se com “medo do que está a acontecer” e que a maneira de nos defendermos é ficar em casa, reduzindo a propagação do vírus. Por isso, Joana Barroco terminou fazendo um apelo a António Costa e a Marcelo Rebelo de Sousa para que declarem estado de emergência.
O pedido de Joana Barroco deverá ser atendido hoje. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que já tem tudo a postos para decretar o estado de emergência e que fala ao país esta noite. Caso se confirme, Portugal estará em estado de emergência a partir das 24:00 horas de hoje.
Neste momento, estão confirmados 642 casos de infeção em Portugal. No mundo inteiro, contabilizam-se cerca de 190 mil casos.
Leia a publicação de Joana Barroco na íntegra, aqui.
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