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Vítor Lima é um conhecido Chef de Pastelaria limiano, autor de alguns ícones da nossa gastronomia. Entre doces e salgados que seu talento tem produzido, salientamos uma série de bombons com sabores diversificados, e o Folar Limiano, este com elevado sucesso em Portugal e estrangeiro, designadamente na Europa, com degustações e representação na Espanha, Bélgica e França.
Agora, em tempo de Covid – 19, o proprietário da Casa do Folar Limiano “reinventou as festas populares” juninas, pois com arraiais e quejandos eventos proibidos, é preciso celebrar em casa, com família e amigos.
Assim, até ao próximo dia 29 do corrente (S. Pedro), Vítor Lima apresenta para os seus clientes a broa de sardinha, um combinado do pão de milho com a apreciada iguaria pesqueira presente nos santos populares.
Mas, porque havia necessidade duma alternativa ao produto alimentar marítimo, transformado como entrada ou acompanhante de refeição, o Chef Vítor Lima, pensou, experimentou, e já o divulgou…
Trata-se da broa de milho amarelo com enchidos, especialmente uma selecção de chouriça de carne e similares, cujos elogios de consumidores sucedem-se. Assim, enquanto que a iguaria com sardinha estará disponível por mais uns dias (também a época habitual de consumo do produto), o misto de carnes do mundo rural estará para durar algum tempo!
Ponte de Lima e um jovem conhecedor de nossas tradições gastronómicas, com formação na área em Portugal, Bélgica e França, lança assim novos produtos para um catálogo da História da Alimentação local.
Antes de fechar, recorremos ao nosso arquivo particular: a razão, é que encontramos um apontamento histórico sobre o consumo multisecular do ingrediente para confecionar esse novo ícone da panóplia de sabores limianos. Eis então a curiosidade: no ano de 1681, o município de Ponte de Lima, em sua sessão de 20 de Agosto, deliberou que oito regateiras da vila “que para bem deste povo e por certas e determinadas razões … não convinha ir buscareixe fresco a Viana … comprometeram-se a ir buscá – lo a Fão e a Esposende e a outro parte que lhes parecesse…. E muitas pessoas de fóra vinham á vila vender peixe, sardinha e bacalhau.”
Os vereadores atenderam a reclamação das peixeiras, não autorizando a venda “sem que elas esgotassem primeiro o seu (pescado)…”