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Com o decorrer de actividades do Clube de Gastronomia de Ponte de Lima para o corrente ano, o grupo de amigos e promotores da arte culinária, participou no passado Sábado 18 do corrente num evento cultural em Cinfães do Douro.
Com dez dúzias de quilómetros a percorrer, lá fomos ás margens do Douro, acima da Régua com os colegas Armando Melo e António Sousa. A aguardar a representação pontelimense, o anfitrião principal: Tomás Pinto Bravo, investigador e mestrando na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, Faculdade de História e Bens Culturais, e os parceiros do clube: Miguel Ayres de Campos – Tovar, da Casa Grande de Sá, Ponte de Lima, Guilherme Vasconcelos, de Arcos de Valdevez e José Reis, de Barcelos, conhecedores da genealogia e heráldica altominhota. Ainda, provenientes de Lisboa e Santarém, juntaram-se: Gonçalo Palmeira, especialista na Idade Média, com pesquisas em curso sobre nobreza de Minho e Cávado, e Zambujo Oliveira, Mestre e arquivista dos Franciscanos e investigador no Centro de Estudos Joaquim Veríssimo Serrão.
Auditório lotado, com apresentação das – Relações e Confidências das Expedições de Serpa Pinto. Estudo e Antologia da Correspondência Relativa às Campanhas de África (1876-1890) – com meio milhar de páginas e mais de centena e meia de documentação epistolar do africanista e cinfanense ilustre. Da importância do livro e recolha junto de arquivos públicos e particulares, encarregou-se Gonçalo Sampaio e Mello, docente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Os elogios ao estudo científico do explorador do continente africano, prosseguiram com intervenções de Duarte Azinheira, director de edição da Imprensa Nacional-Casa da Moeda e Armando Mourisco, presidente do município de Cinfães, que encerrou a sessão.
Na assistência, tomaram lugar mais amigos do autor, e também de vizinhança, como o autarca de Lamego, Francisco Lopes, o deputado á Assembleia da República, João Montenegro e o vereador da cultura de Cinfães, Serafim Rodrigues.
Solenizou a cerimónia, os sons da Academia de Artes de Cinfães, seguida dum Verde de Honra – Terras de Serpa Pinto – e os afamados matulos ou bolinhos de manteiga com calda de açúcar. Um jantar-convívio estava agendado para interessados, com cardápio cinfanense: alheira, presunto e outras delícias como entrada, e a Posta de carne Arouquesa como prato principal. Em tempo de prelecções, aventamos a proposta com a autarquia e produtores locais, para um intercâmbio gastronómico e tertúlia cultural. Aqui, para realçar o contributo de dois ilustres exploradores do nosso império colonial, nomeadamente Angola: o homenageado, General Serpa Pinto (1846-1900) que lá realizou expedições e foi patrono duma província; depois, em 1885 Cônsul de Portugal em Zanzibar, Tanzânia, Governador de Cabo Verde em 1894-1897, territórios onde também exerceram funções os Pontelimenses: General Norton de Matos (1867-1955), como Governador Geral e depois Alto Comissário; no arquipélago tanzaniano foi condecorado pelo sultão, António Melo Varajão, (? – 1889), magistrado em Luanda e depois Moçambique, além de secretário dos governos centrais da primeira capital e na de Praia, colónia governada em 1648 por outro limiano, Roque de Barros Rego, da Casa do Casal, freguesia da Facha.