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O Clube de Gastronomia de Ponte de Lima realizou no passado Sábado, mais um evento de recordação de filhos ilustres da terra. Desta vez, a escolha recaiu no poeta, empreendedor e Limianista, António Vieira Lisboa (1907-1968).O Encontro das duas dezenas de convidados decorreu na Confeitaria Havaneza, fundada pelo homenageado cerca de 1933, segundo informações de seu saudoso afilhado e sucessor no negócio, António Martins (1924-2018) .
De acordo com o programa elaborado, usaram da palavra na cerimónia: o autor, que recordou o Homem e seu legado, afincadamente como empresário, poeta, dirigente de instituições locais, como Presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários (1936-38), tendo então implementado a medalha de assiduidade e preocupação de nova sede; Administrador do Concelho de Ponte de Lima em 1932, poeta de elevada qualidade com vários livros editados; Limianista, nomeadamente defensor da Corrida da Vaca Das Cordas, cujo cornúpeto saía da sua Casa Dos Da Garrida, na vila.
Seguiu-se o amigo Domingos Morais, Presidente do GACEL (Grupo de Acção, Cultura e Estudos Limianos), que enalteceu a aposta diferenciadora que Vieira Lisboa proporcionou á agricultura local, implementando um sistema avançado de rega nas suas sete quintas; fundou a primeira cooperativa de construção civil e uma empresa de Táxis; o amigo dos pobres e o poeta mal conhecido. Com alguma intimidade de seu pai, hoje com a proveta idade de 99 anos, antigo funcionário de António Vieira Lisboa, Domingos Morais, realçou assim “um homem bom, um empreendedor, e a Havaneza é um símbolo, tal como a sua aposta no desenvolvimento agrícola”, de que o embrião dum emparcelamento em Crasto, ligando as quintas da Aldeia, Fortes ou Bouça, com a do Bom Sucesso, bordejando o Lima, e água de Rega proveniente da do Pombal, são um exemplo duma aposta e dum avanço no sector, sublinhou.
Relembrando então os 90 anos de existência da mais antiga confeitaria Limarense, o grupo brindou para os redobrar, degustando os doces famosos da casa: o de gema, os massapães e as Limianas! A evocação prosseguiu com a Prova do Vinhão, Loureiro e espumante da Quinta das Fontes, em Rebordões Souto, antiga propriedade do autor de Mulheres, no Ti-Álvaro, a poucos metros do arranque das comemorações.
Mais um entardecer diferente para amantes da cultura e da gastronomia Pontelimense, com presenças anónimas e outras figuras públicas, como os Presidentes da Associação Empresarial, das Juntas de Freguesia de Rebordões Souto e Ribeira, (onde se situava o terroir vinícola de quase 20 hectares de António Lisboa), do Núcleo Local dos Combatentes e outros; pela família, o bibliófilo e jurista Pedro Moreira Braga Lisboa, residente na Póvoa do Varzim, e pela empresa sucedânea, Paulo Martins, gerente da Havaneza.