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Estreado há duas semanas, “Não Sou Nada”, do realizador Edgar Pêra, com distribuição da Nitrato Filmes, tem recolhido críticas muito positivas, dentro e fora do Pais
Nos cinemas portugueses, do Norte ao Sul do País, com distribuição da Nitrato Filmes, “Não Sou Nada”, o último filme de Edgar Pêra, sobre a vida e obra de Fernando Pessoa, foi já visto por mais de 5.000 pessoas, em apenas duas semanas de exibição. Uma marca que deixa a distribuidora da longa-metragem satisfeita, sobretudo pela valoração que, de uma forma generalizada, os espectadores têm feito da obra cinematográfica.
“The Nothingness Club” (o título internacional do filme) tem, aliás, recebido críticas muito positivas da imprensa especializada, tanto nacional como internacional.
Para o semanário Expresso, por exemplo, “Não Sou Nada” resulta numa “abordagem cinematográfica sem par à obra do génio das letras em tumulto com os seus heterónimos, um mergulho na psique de Pessoa, trip delirante do ego”, sendo mesmo um “filme único.”
O crítico do Público, por sua vez, descortina como “Pessoa mergulha nos abismos noturnos do filme negro estilizado, soberbamente imaginados por Pêra, (…) num filme simultaneamente lúdico e misterioso”, “cheio de excelentes ideias visuais, profundamente respeitador da obra pessoana, mesmo quando a trai abertamente”. Para o diário, “Não Sou Nada” oferece ainda “alguns belíssimos momentos aos atores que interpretam os heterónimos. E dizer que este é o filme mais “convencional” ou mais “acessível” de Edgar Pêra (que é) não invalida que continua a fazer filmes de que só ele é capaz”.
No olhar do Jornal de Notícias, “Edgar Pêra transforma a sua paixão por Fernando Pessoa num objeto fílmico como nunca se viu. [O filme] é de visão obrigatória para quem tem esperança na existência de um cinema novo”.
Já para a Visão, “parece claro que é um objeto de invulgar ousadia, com um olhar original sobre a desfragmentação pessoana e que nos transmite toda a inquietude do poeta”, isto numa peça artística que, “além de ser um frenético retrato psicológico ou psiquiátrico, (…) torna-se também um thriller policial”. A pena do Diário de Notícias sublinhou, no seguimento, “um dos mais belos desafios de “Não Sou Nada” e do melhor cinema contemporâneo, vanguardista ou nostálgico: repensar o trabalho dos atores, repensando o conceito de personagem”.
Lá fora, quando da estreia internacional, o The Film Verdict proclamou “Não Sou Nada” como uma “viagem estranha e radical à mente do poeta” português mais reconhecido mundialmente, “maravilhosamente transformada numa misteriosa sala de alter-egos e máquinas de escrever”. E o Cineuropa considerou-o mesmo uma “experiência cinematográfica eletrizante que transpira a essência inquieta de Fernando Pessoa”, sem deixar de sublinhar que a “energia extasiante do anti-herói Álvaro de Campos não só enche o grande ecrã, mas também pode levá-lo a explodir”, isto por entre “atuações verdadeiramente hipnotizantes”.
O Filmuforia, por seu turno, considera a longa-metragem como o filme mais “substancial e identitário” de Edgar Pêra, um “thriller noir”, “altamente divertido”, que explora as vulnerabilidades emocionais e as vicissitudes da psique criativa de Pessoa". Enfim, também uma peça “atmosférica”, que acaba por resultar também num enigma “desvairado” da psicossociologia pessoana, na perspetiva do Sight and Sound.
Em “Não Sou Nada – The Nothingness Club”, recorda a sinopse do filme, estamos perante um “thriller psicológico que decorre dentro da cabeça de Fernando Pessoa”. No seu Clube do Nada, habitado por heterónimos, o poeta “consegue concretizar todos os seus sonhos em vida. Mas a entrada em cena de uma mulher sofisticada, muito diferente da Ofélia do mundo real, vem destabilizar o Clube, enquanto o ultrajante heterónimo vanguardista, Álvaro de Campos, disputa a autoridade de Pessoa de forma violenta”...
Miguel Borges (Fernando Pessoa), Victoria Guerra (Ofélia Queirós), Albano Jerónimo (Álvaro de Campos), Vítor Correia (Ricardo Reis), Miguel Nunes (Alberto Caeiro), Paulo Pires (Barão de Teive) e António Durães (António Mora) fazem, entre outros, parte do elenco da longa-metragem, que conta também com a participação do músico Paulo Furtado (The Legendary Tigerman) como ator (numa outra pele de Pessoa) e igualmente como autor de parte da banda-sonora. A música do genérico do filme é da autoria de Jorge Prendas.