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Possui no imenso nada
o propósito de viver
um dia de cada vez,
talvez sobreviver.
De mão estendida
e a tristeza no olhar
espera em silêncio
algo para se saciar.
Órfão do destino
tem o céu como teto,
a rua como cama,
o corpo descoberto.
Voltado à solidão
jaz andrajoso
envolto na escuridão.
Desprovido de sonhos,
o olhar de dor
do mendigo
espelha a humilhação
da nossa alienação.
Daniel Bastos, “O olhar do mendigo”, in Terra.