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A cabeça de lista do PSD para o círculo da Europa, Maria Ester Vargas, esteve ontem em Paris para fazer campanha junto das Comunidades e defende que se vote da mesma forma em todos os atos eleitorais, para não se baralhar os emigrantes.
"Nós defendemos uma uniformização da metodologia de voto, porque há procedimentos diferentes consoante as eleições e isso baralha as pessoas. Umas vezes é presencialmente, outras vezes é por correio e as pessoas não sabem como proceder. E defendemos que deve haver a possibilidade do voto eletrónico", afirmou hoje a candidata social-democrata em declarações à Agência Lusa.
Para Maria Ester Vargas ter o voto postal nas legislativas e voto presencial nas presidenciais é algo que não incentiva à participação dos portugueses que vivem no estrangeiro. Assim, a candidata defende um voto "misto" com a possibilidade de escolher entre voto eletrónico e voto presencial.
Até agora, Maria Ester Vargas tem feito chegar a sua mensagem aos mais de 900 mil portugueses na Europa através de "uma campanha multifacetada", que utilizou as redes sociais e as reuniões virtuais para chegar aos eleitores. Em campanha "simbólica" presencial de dois dias em Paris, a candidata visitou vários cafés e restaurantes detidos por portugueses, assim como o Consulado, o Museu da Imigração e associações lusas nos arredores da capital, de forma a recolher as impressões dos emigrantes.
"O que constatamos é que as pessoas não estão devidamente informadas sobre aquilo que se está a passar em Portugal. Há pessoas que recebem as cartas em casa, mas nem percebem muito bem porque é que aquilo foi parar a casa", explicou a candidata.
Para Maria Ester Vargas, que nos últimos seis anos exerceu funções como adida social na Embaixada de Portugal em Berna, houve "falha na comunicação de diversas entidades" neste processo eleitoral junto das comunidades.
Outra das respostas da lista social-democrata à queixa da falta de representatividade das comunidades é o aumento do número de eleitos pelo círculo da Europa, que com uma vitória do seu partido, passaria de dois para três deputados.
"O aumento de um deputado será ainda insuficiente para contemplar todo o universo dos portugueses que vivem fora do país, mas é um sinal de abertura. Vamos aproveitar a proposta do programa geral do PSD, que propõe a redução do número de deputados de 230 para 215, e, uma vez que vai haver essa alteração, será o momento ideal para que a representatividade do círculo da Europa seja aumentada", precisou.
Em França, a campanha física tem até agora ficado a cargo de Victor Alves Gomes, número dois da lista, que nasceu em Paris, mas está radicado há muitos anos na Bélgica, onde trabalha nas instituições europeias. O PSD passou por cidades como Limoges, Bordéus, Toulouse, Lyon ou Metz.
"Tem-se constatado muito entusiasmo com a nossa lista", garantiu Victor Alves Gomes.
Quanto a ter substituído Carlos Gonçalves, que era deputado há 20 anos por este círculo pelo PSD e que nas eleições internas apoiou Rui Rangel contra Rui Rio sendo excluído das listas eleitorais, Maria Ester Vargas fala numa "renovação benéfica para todos"
"Reconheço o trabalho que ao longo de 20 anos foi desenvolvido pelo deputado Carlos Gonçalves, mas uma das medidas propostas no programa do PSD é a limitação de mandatos dos deputados, que prevê no máximo três mandatos e isso parece-me equilibrado. É uma renovação natural benéfica para todos", concluiu a candidata.
O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para 30 janeiro de 2022 na sequência do "chumbo" do Orçamento do Estado de 2022, no parlamento, em 27 de outubro.