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O XII Congresso do Livre arrancou hoje pelas 10:13, em Coimbra, com os membros a fazerem um minuto de silêncio “pela paz” e em solidariedade com as vítimas do conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
A reunião magna do Livre decorre na sala Mondego, junto ao claustro interior do Convento de São Francisco, em Coimbra, e antes de iniciar os trabalhos o coordenador da mesa da Assembleia, José Azevedo, informou os membros que o partido se reuniu na sexta-feira com a embaixadora da Ucrânia, a quem transmitiu “toda a solidariedade”.
“A mesa propõe ao congresso, antes de iniciar os trabalhos do nosso programa, um minuto de silêncio pela paz, em solidariedade com as vítimas de ambos os lados, de todas as guerras, incluindo esta guerra que nos veio bater à porta e que nos veio colocar perante uma realidade que é enfrentada diariamente por incontáveis números de pessoas pelo mundo todo”, disse.
Momentos antes deste minuto de silêncio, os membros do congresso foram recebidos ao som de gaitas de foles e tambores, numa reunião magna que, segundo a organização, conta com 290 inscritos – 175 presencialmente e 115 à distância.
Nas intervenções de abertura, os órgãos nacionais atuais fizeram um balanço do mandato dos últimos dois anos, com o Grupo de Contacto (direção) a ser representado pelos dirigentes Isabel Mendes Lopes e Pedro Mendonça.
Isabel Mendes Lopes, que foi a 'número dois' pelo círculo de Lisboa nas legislativas de janeiro, lembrou o "congresso tenso" de há dois anos no qual se debateu a retirada de confiança política em Joacine Katar Moreira, então filiada, mas ressalvou que "o partido demonstrou estar unido perante uma das maiores adversidades por que alguma vez passou".
"Este Grupo de Contacto iniciou o seu mandato com uma sentença de morte anunciada. Perante o país tínhamos uma imagem descredibilizada e frágil e, como em 2015, muitos pensaram que seria impossível dar a volta por cima. Mas cá estamos, nós não morremos e estamos mais fortes do que nunca", sustentou.
A dirigente fez ainda referência às várias eleições às quais o partido se candidatou nos últimos dois anos, nomeadamente a coligação com o PS em Lisboa nas autárquicas de 2021, referindo que esta "seguiu a vontade dos membros" e destacando a eleição de Rui Tavares como vereador.
Já Pedro Mendonça, porta-voz do Grupo de Contacto, destacou o "aumento de 24% de votos [no Livre nas legislativas] em relação a 2019" e que "o número de membros tem vindo a crescer paulatinamente".
Pela Assembleia, José Azevedo lamentou que o presente tenha sido "negativamente marcado por um clima de agressividade e crispação", o que "coloca um obstáculo ao trabalho coletivo que não se resolve com regulamentos ou códigos de ética", apelando aos "valores de cordialidade e empatia e equilibrando assertividade com tolerância".
Já pelo Conselho de Jurisdição, Florbela Carmo considerou que este mandato "pôs em evidência algumas fragilidades no funcionamento dos órgãos, sobretudo na comunicação entre eles" e que "foi na segunda metade do mandato que surgiu o maior número de queixas" relacionadas com "desrespeitos de regras de urbanidade, respeito mútuo e do uso cuidado da língua no debate e na defesa das ideias e opiniões políticas".
O Livre iniciou hoje em Coimbra o seu XII Congresso, que visa eleger os novos órgãos e terá pela primeira vez duas listas candidatas à direção, com a oposição interna a pedir mais pluralidade de vozes do partido.
A reunião do órgão máximo do partido decorrerá no Convento de São Francisco, em Coimbra, e termina no domingo, com a eleição dos órgãos nacionais para o mandato 2022-2024.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.