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Carlos Balaguera, conhecido empresário venezuelano apaixonado pela gastronomia e cultura portuguesa, que várias vezes apelou à união dos luso-venezuelanos para vencer a crise política na Venezuela, morreu na sexta-feira, disseram hoje fontes da comunidade à Lusa.
Segundo as fontes, Carlos António Balaguera faleceu pelas 22:50 horas de sexta-feira (02:50 de sábado em Lisboa), após passar um mês em cuidados intensivos.
Em fevereiro de 2024, a filha, Roxana Balaguera, iniciou uma campanha através da GoFundMe pedindo ajuda económica para o pai, que se encontrava hospitalizado para “tratar várias doenças graves, como uma infeção respiratória aguda, aplasia espinhal, anémia severa, polineuropatia motora sensorial mista e insuficiência renal aguda”.
“Infelizmente, o seguro de saúde do nosso pai acabou e tivemos de o transferir para uma clínica diferente, que é mais acessível. Os custos dos seus cuidados são muito elevados, pelo que estamos a recorrer a amigos e familiares com este pedido. Ele ainda está a lutar e nós queremos lutar por ele”, explicou Roxana Balaguera.
A campanha GoFundMe permitiu arrecadar 2.535 da meta de 20.000 dólares (2.316 de 18.274 euros) requeridos para o tratamento.
O Governo regional da Madeira manifestou hoje pesar pelo “falecimento de Carlos Balaguera, grande amigo da comunidade madeirense na Venezuela”.
Em comunicado, a Secretaria Regional das Comunidades Madeirenses afirma que Carlos Balaguera foi um “investigador venezuelano, com um trabalho reconhecido no Estado de Carabobo (Valência, Venezuela)” e também “um entusiasta” da comunicação social luso-venezuelana” tendo colaborado “com o Correio de Caracas de forma enérgica, tornando-se assim uma referência para toda a Comunidade”.
“Esteve na Madeira, no âmbito de um intercâmbio dos Veteranos da AD Camacha, e apesar de não ter sangue português, Carlos Balaguera sempre bebeu da cultura lusa: era um amante da música portuguesa e participava em todas as atividades impulsionadas pela Comunidade”, acrescenta.
“Neste momento de luto e consternação, o Governo Regional da Madeira, através da Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa, endereça as mais sentidas condolências à família, amigos e à Comunidade”, conclui.
Nascido em 27 de janeiro de 1914, na cidade venezuelana de San Cristóbal, estado de Táchira (sudoeste do país), Carlos António Balaguera mudou-se depois para Valência (centro da Venezuela) onde era diretor-geral da empresa Molibdeno de Venezuela.
Fez parte da direção do Centro Social Madeirense de Valência e foi vice-presidente da Câmara Portuguesa Venezuelana de Indústria, Comércio e Afins (Caporven). Durante as suas funções apelou várias vezes à união da comunidade lusa local para vencer a crise política na Venezuela.
Conhecido como “o homem das belas fotografias”, “Don Carlos Balaguera” era colaborador, desde 1999, do semanário de expressão portuguesa Correio da Venezuela, fazendo a cobertura dos principais eventos da comunidade lusa de vários estados, entre eles Carabobo e Valência.
Apaixonado pela gastronomia, música e cultura portuguesa, apoiou vários grupos folclóricos luso-venezuelanos e era tido como amigo de vários clubes, entre elas a Casa Portuguesa Venezuelana de Carabobo e a Casa Portuguesa de Arágua.