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A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, considera que as remessas dos emigrantes têm um contributo “inequívoco” para a riqueza nacional e revelam a sua “continuada ligação a Portugal”.
Em declarações à agência Lusa, Berta Nunes sublinhou o valor das remessas em 2021 e que foi “o mais alto da era do euro” - 3,6 mil milhões de euros.
Tendo em conta o atual perfil da emigração portuguesa, a governante refere que o contributo da diáspora portuguesa no país de origem abrange outras modalidades, nomeadamente o investimento.
A esse propósito, afirmou que o Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID) “tem tornado clara a dimensão desse investimento, procurando simultaneamente fomentá-lo e consolidá-lo”.
Segundo Berta Nunes, o Gabinete de Apoio ao Investimento da Diáspora (GAID), integrado na Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, acompanha cerca de 110 investidores com potencial de investimento superior a 80 milhões de euros.
“O PNAID é, por definição, um programa que contraria a ideia de que o Governo apenas pensaria nos emigrantes ‘pelos votos e pelas remessas’, pois tem como objetivo apoiar, numa lógica de proximidade, o investimento sustentado dos emigrantes nas suas terras de origem, por forma a que, regressando ou não ao país, lhes sejam reconhecidos o respetivo valor e a integração nas suas comunidades de origem”, explicou.
Berta Nunes considerou que “o contributo das comunidades portuguesas tem diversas dimensões, além das remessas e do investimento, que passam igualmente pela cooperação em meios como a investigação e a cultura e que resultam das múltiplas redes que atualmente ligam a diáspora a Portugal”.
“Estas redes devem ser acompanhadas e fomentadas, trabalho que procuramos fazer nas diversas áreas de atuação desta área governativa: do ensino do português no estrangeiro à valorização da produção e herança cultural das comunidades portuguesas, da promoção do ensino superior junto dos emigrantes e lusodescendentes ao trabalho de proximidade com o movimento associativo, quer com as associações ditas tradicionais, quer com as associações de graduados e pós-graduados”, advogou.
E lamentou que entre os cidadãos das comunidades portuguesas exista a ideia de que os governos só se lembram das comunidades por dois motivos: remessas e votos.
Essa ideia, afiançou, “está nos antípodas do trabalho multidimensional e de proximidade que temos procurado, continuamente, assegurar e aperfeiçoar”.
“Basta ver o enorme esforço da nossa rede diplomática e consular no apoio aos portugueses residentes na Ucrânia para perceber que, ao contrário, a nossa atenção é tanto maior quanto são mais difíceis as circunstâncias vividas por portugueses residentes no estrangeiro”, disse.