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O líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, defendeu hoje ser tempo de o Estado “ultrapassar conceitos centralistas” e assegurou que a região está “disponível para encetar o diálogo” com o novo Governo da República.
“É tempo de o Estado ultrapassar os conceitos de centralismo herdados” ao longo dos séculos de história, afirmou o presidente dos social-democratas madeirenses no discurso de encerramento do XVIII congresso regional do partido, que decorreu no Funchal.
Nesta reunião magna do PSD/Madeira, na qual marcou presença o líder nacional do partido, Rui Rio, Albuquerque tomou posse como presidente da comissão política pela quinta vez consecutiva, após vencer as eleições internas de 11 de fevereiro, em que foi o único candidato, com 98,3% dos votos.
O também presidente do Executivo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, sublinhou que os responsáveis da região “estão sempre disponíveis para dialogar com este Governo”, de maioria do PS.
Miguel Albuquerque sustentou que a Madeira “está em condições de iniciar um diálogo profícuo de entendimento” com o Governo nacional, liderado por António Costa, mas enfatizou que este não deve “utilizar instrumentos de Estado para fazer política mesquinha” neste arquipélago.
Neste contexto, anunciou que vai marcar presença na cerimónia de tomada de posse do novo Governo e vai “solicitar uma audiência com o primeiro-ministro para encetar esse diálogo”, considerando ser imprescindível que seja “uma via de dois sentidos”.
Argumentando que “o poder total [maioritário] não é infinito” e que “a Madeira é um território nacional ainda”, declarou que a região “exige condições específicas” para o seu desenvolvimento.
No seu entender, este projeto passa pelo “alargamento do poder legislativo e da autonomia”, a dotação de um sistema fiscal próprio e a região não estar sujeita a “burocracias cinzentas e anacrónicas”, como a que impede a captação de fundos como os em criptomoeda.
“Precisamos de acelerar a digitalização em todos os domínios”, opinou Miguel Albuquerque, assegurando que a Madeira “tem todas as condições para a transição digital da economia”.
O líder insular recordou que a Madeira pretende criar um centro de investigação na área da saúde, no âmbito do projeto do novo hospital, e outro de digitalização para “nos próximos anos liderar setores de ponta no país”.
Na área política, salientou que o PSD/Madeira vem de um ciclo de cinco conquistas eleitorais e vai entrar num outro “desafiante” que “vai terminar com a vitória nas eleições legislativas regionais de 2023”.
O líder social-democrata apontou ainda que o partido vai desencadear um processo “exaustivo e extenso de auscultação da sociedade civil” para preparar um projeto a apresentar aos eleitores, denominado “Compromisso 2030”, e “construir um programa de governo excecional para apresentar nas eleições no próximo ano”.
“Vamos apresentar um programa de futuro virado para a qualidade de vida e crescimento económico”, destacou Albuquerque, garantindo que “o partido está unido, mobilizado e preparado para dar os passos para uma vitória contundente em 2023 e preparar as próximas eleições autárquicas”.
O líder madeirense ainda realçou a “forma cordata, com boa fé”, como tem decorrido o trabalho da coligação PSD/CDS-PP na Madeira, afirmando não querer “saber dos egos de algumas pessoas” nesta matéria, porque o mais importante é “o interesse da Madeira, da autonomia e do povo” desta região.
O PSD/Açores também marcou presença neste congresso, representado pelo vice-presidente do PSD Açores e presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral.
Miguel Albuquerque apontou que as duas regiões autónomas vão realizar uma cimeira insular na Madeira e “continuar o trabalho comum para assegurar os interesses permanentes dos dois arquipélagos”.