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Tudo o que acontece é repercussão de qualquer coisa. O passado repete-se. O futuro reaparece vezes sem conta. Infinitamente, rodopiamos à volta uns dos outros, como átomos unidos por ligações que tremem, que se aproximam e afastam. Não podemos pestanejar sem afetar profundamente as diferentes existências. Talvez tudo esteja antecipadamente desenhado. Tudo o que vai acontecer terá de acontecer. Apenas podemos deixar o Maestro atuar e esperar que ele consiga extrair a melhor melodia possível dos seus músicos.
Que o Maestro não enlouqueça!
Um ano após sepultar a irmã, o rapaz recebe a visita noturna de uma mulher assustadora e toma conhecimento do reaparecimento do assassino da sua irmã. Afinal, o criminoso anda à solta, diz-lhe a mulher.
Assombrado pelo passado, o rapaz atravessa meio mundo até à distante cidade onde tudo aconteceu. Um exato futuro está à sua espera. O rapaz tenta saber o paradeiro do homicida. Fala com outros. Revela a verdade da sua procura a uma desconhecida, também ela com os seus próprios segredos. Surgem novos elementos.
O rapaz avança na sua caminhada. A noite desce cedo demais. Entra num bar. Fazem-se brindes a amores perdidos. Procura a vida e a morte em igual medida. Procura o certo e o errado.
Após uma noite de excessos ficam as memórias. Relembra a vida da magnífica mulher, a sua terna irmã. Anunciam-se sentimentos nunca esquecidos. A alma do jovem ambiciona vingança. Agarra na pistola e sente o ferro frio. Que estrondo de arma. Era o barulho do futuro que se aproximava. O rapaz permanece sentado em silêncio até receber o telefonema de alguém.
Observado por fantasmas, o rapaz aproxima-se do paradeiro do assassino. Deseja acabar com tudo. Numa decisão de última hora, cai na armadilha. Aquele dia fatídico chega finalmente ao fim. O rapaz é enviado para o desconhecido.
O Maestro enlouqueceu!
Como os decimais infinitos, após a vírgula, também a vida repete determinada sequência de forma infinita. O eterno retorno. A vida das vidas. O tempo passa de acordo com leis eternas que dominam todas as configurações existentes. O absurdo traduz-se na natureza repetitiva da existência.