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Cristiano Ronaldo foi um galáctico do futebol e será recordado como um dos melhores jogadores de todos os tempos, para muitos o melhor de sempre.O que a aconteceu a Cristiano no Manchester United é o mesmo que acontece diariamente no trabalho com milhares de cidadãos comuns. Cidadãos que não são galáticos mas terrenos.
Cristiano foi coagido para deixar o clube.
É assim que acontece a muitas pessoas na sua relação (doente) com a entidade patronal.
Quando não há formas legais de despedir transforma-se a vida do trabalhador num inferno. Ninguém quer viver infernizado e revelar o que se passa não é apenas um direito mas um dever.
O cidadão comum tem que aguentar a bucha porque tem que pôr pão na mesa, pagar o empréstimo da casa, a educação e a saúde dos filhos. Tudo aquilo que não se pode adiar e, por isso, se aguenta na esperança de dias melhores. Para muitos esses dias nunca acontecem, infelizmente.
Esta é uma realidade que ninguém quer discutir. Fala-se muito em produtividade ou falta dela quando o problema não é o trabalho mas a falta de motivação que questões como esta geram.
O treinador do Manchester United fez-me lembrar muitas chefias intermédias de algumas empresas. Pessoas rancorosas que se alimentam do mal dos outros. Alguns colegas jogadores também me fizeram lembrar colegas de trabalho que são lambe-botas. Tudo "yes-men" produto deste admirável mundo novo.
A diferença entre nós e Ronaldo é que Ronaldo tem outras coisas a defender. Tem outras pressões que não se prendem com as necessidades básicas. Ronaldo tem a defender o seu bom nome e o exemplo que foi a sua carreira como futebolista.
Ronaldo sabe que está em fim de carreira, algo difícil de gerir para quem viveu do futebol e para o futebol. Mas a sua carreira não tem fim, é histórica. É preciso saber sair e Ronaldo merece sair pela porta grande.
O Manchester United esqueceu-se do muito que Ronaldo fez pelo clube no passado. Ronaldo passou a ser um número como já todos somos numa sociedade que só vê dinheiro e em que as pessoas só valem enquanto forem sinónimo de dinheiro.
Ronaldo já não é um intocável galáctico é um terreno como todos nós. E passível de ser assediado, abusado como todos nós.
Deu uma entrevista, revelou o que se estava a passar e felizmente o contrato entre ambas as partes foi cessado amigavelmente.
Infelizmente nem todos o podem fazer porque as consequências têm um preço muito elevado para quem denuncia e para a família. Às vezes irremediável.
No caso de Ronaldo não foi nem será irremediável porque há uma coisa que ninguém mancha e se sobrepõe a todas as tentativas de o denegrir. Falo da sua carreira e percurso de vida exemplares. Ronaldo nunca abandonou a família, o profissionalismo e Portugal.
Ronaldo é a imagem de marca de Portugal tal como foram os Descobrimentos há 500 anos atrás. É um embaixador que fez com que muitos no mundo soubessem de Portugal graças ao seu brilhantismo como jogador.
A entrevista foi polémica apesar de a mim não me surpreender porque, como se diz em linguagem futebolística, "Ronaldo foi igual a si próprio".
Mesmo que Ronaldo não toque mais na bola já faz parte da história do futebol.
Quem já foi tantas vezes o melhor jogador do mundo e quem bateu tantos recordes não precisa de provar rigorosamente mais nada e a ninguém.
Ronaldo é o melhor atleta de sempre e repito para muitos o melhor jogador de futebol de todos os tempos.
Ronaldo tem uma coisa a seu favor que faz parte da sua personalidade de guerreiro. Quanto mais o insultam ou tentam deitar abaixo mais ele se ergue.
Mais golos marca, mais vitórias consegue e mais recordes atinge dos poucos que ainda lhe faltam atingir. Um deles é ser campeão do mundo por Portugal. Não é fácil mas não é impossível.
Agora que está a decorrer o Mundial de Futebol no Catar, peço a Ronaldo, em nome dos portugueses que apoiam fervorosamente a Seleção Nacional, que se supere como sempre o fez e que dê uma lição de futebol àqueles que o tentaram enterrar.
Junto a essa lição virão certamente outras a que Ronaldo já nos habituou: carácter, profissionalismo, dedicação e empenho.
Amor à camisola e uma vontade insaciável de querer sempre mais.
Como disse é difícil mas não é impossível ser campeão do mundo. Mas mesmo que fosse impossível mantinha o meu pedido a Cristiano Ronaldo.
Porque para um menino que saiu de casa aos 11 anos para jogar futebol, longe da família e quando cresceu nunca abandonou a família, não há impossíveis.
O futebol é um desporto de emoções que tem razões que a razão desconhece.
E é com uma desamarrada emoção que digo que Ronaldo é Portugal e Portugal é Ronaldo!