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A convite da Câmara Municipal de Drancy, arredores de Paris, designadamente da sua vereadora luso – portuguesa Odete Mendes, participamos anteontem, sábado, na conferência Trabalhadores Forçados Portugueses no III Reich, que decorreu no salão nobre da cidade. O evento integrou como co - organizador a CÍVICA (associação de autarcas em França, de origem portuguesa), presidida por Paulo Marques, edil de Aulnay – sous – Bois, também Presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas e conselheiro do CES (Comité Económico e Social), em Portugal.
As comunicações foram apresentadas em português e francês, e da autoria do coordenador do projecto de investigação, Fernando Rosas, docente da Universidade Nova, Lisboa; António Carvalho, Director do Museu Nacional de Arqueologia e Cristina Clímaco, da Universidade de Paris 8.
Durante duas horas a evocação através de pesquisas, transversaia a Portugal, Áustria, França e Polónia, permitiram saber informações sobre os deportados lusitanos nos campos de trabalhos forçados/concentração na II Guerra Mundial.
Com a França nesse triste período da história universal, ocupada pelos nazis, a escolha de Drancy, não foi por acaso; nesta localidade foi instalado o centro da região parisiense para encarceramento de 120 mil pessoas ou deportados (1942-44), mais de metade de raça judia, e depois encaminhados por comboio para campos de concertação ou extermínio, principalmente Auschwitz!!!
Mas, o nosso principal motivo de integrar a discussão sobre essa barbárie nazi, incluía uma página com Ponte de Lima! A equipa de Fernando Rosas assinalou e permitiu a nossa troca de pesquisas sobre dois limianos deportados de França: referimo-nos a Maria Barbosa e um irmão. Ela, seria transferida em 31 de Janeiro de 1944 para o campo de Ravensbruck, e depois para o de Bergen – Belsen, (donde sobreviveu e voltou a Lyon, falecendo em 2008, casada que foi com François Vallon), sem saber que o mano se encontrava também nesse horrendo local, onde morreria. O centenário de nascimento, a ocorrer a 23 de Fevereiro de 1922, poderá ser assinalado na sua terra natal, com recolha de informações junto de descendentes, a identificar nos próximos tempos.
Encerrou o seminário, a autarca – anfitriã, Aude Lagarde, com presença do deputado à Assembleia da República Carlos Gonçalves, eleito pela Europa (emigração) e Paulo Marques, o já acima referido líder da CÍVICA. Seguiu-se um almoço regional português, por gentileza da ADAP (Associação dos Amigos de Portugal), com trinta autarcas luso – franceses, e predominância da nossa agropecuária.