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Vários hotéis da cidade do Porto submeteram esta semana ofertas de emprego nas áreas da arrumação de quartos, restauração, cozinha ou departamento técnico, na plataforma digital governamental 'Portugal for Ukraine' para apoiar refugiados da guerra na Ucrânia.
Teresa Martins, diretora-geral do M.Ou.Co. Hotel, no zona do Bonfim do Porto, avançou hoje à Lusa que submeteram na quinta-feira na plataforma digital apoiar refugiados ucranianos “Portugal for Ukraine" duas ofertas de emprego.
“Vamos responder para duas vagas. Uma para a área de ’housekeeping’ (limpeza e higienização das unidades de alojamento) e outra vaga para a área da cozinha”, explicou.
Segundo Teresa Martins, os refugiados que venham trabalhar no hotel no âmbito da plataforma digital vão ter formação do idioma portuguesas assegurada, de forma gratuita, pelo Instituto de Emprego de Formação Profissional.
“O Hotel não é só um hotel, é também um espaço cultural, com as portas abertas à comunidade e com o objetivo de promover a responsabilização social”, explica a gerente da unidade hoteleira, com 62 quartos e uma sala com capacidade para 300 lugares.
O grupo hoteleiro Bessa Hotel também submeteu na plataforma digital de apoio aos refugiados “seis vagas de emprego”, designadamente para a área de ‘housekeeping’ e para departamento técnico, nomeadamente para a parte da manutenção.
Nas ofertas de emprego houve o cuidado de oferecer posições que em princípio não exijam a necessidade de saber falar português diretamente com os clientes, explicou à Lusa Renato Correia, diretor geral do Bessa Hotel Boavista.
O Hotel Dom Henrique, unidade de referência na Baixa da cidade do Porto, avançou que também submeteram esta semana “duas vagas” na plataforma digital, oferecendo emprego nas áreas da arrumação de quartos e restauração”.
“Queremos ajudar e colaborar. Se alguém nos bater à porta, vamos ajudar”, disse Luís Peres, diretor-geral do Hotel Dom Henrique.
O Hotel Sheraton do Porto também confirmou que submeteram duas candidaturas na plataforma digital 'Portugal for Ukraine'", onde oferecem emprego nas áreas da alimentação e bebidas e arrumação de quartos.
O setor do turismo tem atualmente entre 40 a 50 mil vagas de emprego disponíveis e está “disponível e empenhado” em acolher, dar formação e empregar refugiados ucranianos, indicou na quinta-feira a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques.
Rita Marques disse à Lusa, à margem do 10.º congresso da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos, em Guimarães, que espera que parte das ofertas de emprego disponíveis sejam preenchidas por cidadãos estrangeiros, nomeadamente pelos refugidos da guerra da Ucrânia.
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação de Alojamento Local de Portugal, Eduardo Miranda, disse que os seus associados mostraram “disponibilidade em apoiar a causa”.
O processo de acolhimento dos refugiados é “complexo” e por isso a ALEP está a aguardar que o “Governo acabe de estruturar o plano de apoio humanitário para ver onde é os hostels se podem encaixar”.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 549 mortos e mais de 950 feridos entre a população civil e provocou a fuga de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.