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O padre Belmiro Narino morreu esta madrugada, aos 86 anos, vítima de doença prolongada, revelou fonte da Missão Católica Portuguesa no Luxemburgo.
Belmiro Narino estava hospitalizado desde o final do mês de outubro, acabando por falecer perto da 1h desta madrugada na clínica de Eich, na cidade do Luxemburgo.
Esta quinta-feira, 12 de janeiro, o corpo do padre Belmiro vai estar em câmara ardente das 8h às 16h no cemitério de Merl, na capital.
Mais tarde, entre as 17 e as 19h, vai estar também em câmara ardente na igreja de Bonnevoie, na cidade do Luxemburgo. Às 19h, é celebrada uma missa de corpo presente, presidida pelo arcebispo do Luxemburgo, Jean-Claude Hollerich, e animada pelo grupo coral da comunidade.
Os corpo do padre Belmiro segue para Portugal para a sepultura na aldeia natal, Souto da Casa, concelho do Fundão, no sábado, às 15h, e contará com representantes da Ordem dos Franciscanos, a exemplo do padre Vítor Melícias.
A Missão Católica Portuguesa no Luxemburgo solicita que as pessoas que pretendem oferecer flores convertam seus donativos em gesto solidário para a associação sem fins lucrativos por ele fundada, a Santa Casa da Misericórdia do Luxemburgo, para a conta bancária do Banque et Caisse d'Épargne (BCEELULL) LU82 0019 4255 8673 5000).
1930-2017 Natural do Fundão, onde nasceu a 27 de novembro de 1930, Belmiro Narino estudou na Guarda e depois licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Roma. Foi ordenado em 2 de agosto de 1953. O padre Belmiro pertencia à Ordem dos Frades Menores (OFM), também conhecida por Ordem de São Francisco ou Ordem dos Franciscanos.
Foi sacerdote no Luxemburgo a partir de 1978 e chefe da Missão Católica Portuguesa do Luxemburgo. Foi ainda o principal arquiteto na fundação da Santa Casa da Misericórdia do Luxemburgo, em 1996, instituição da qual foi provedor até 2013.
Oriundo da Guarda, formou-se em Lisboa e Roma e foi professor de filosofia no grande seminário. Adepto da liberdade e das encíclicas sociais de João XXIII, o seu ensino foi repudiado nos meados dos anos 1960 pelos bispos portugueses que apoiavam a ditadura do Estado Novo.
Refugiou-se em Inglaterra, antes de entrar clandestinamente em Portugal e obter entre 1965 e 1977 o asilo político na embaixada de França em Lisboa.
Desiludido com a democracia instaurada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) em 1974, acompanhou a grande vaga de emigração portuguesa para o Luxemburgo no fim dos anos 1970. O padre Belmiro começou como capelão da comunidade portuguesa em 1977 e desde ai investiu-se em favor dessa comunidade.
Foi também a partir de 1978 colaborador e editorialista do jornal Contacto, e acionista e cronista da rádio Latina. Criou também o grupo de Escuteiros de Santo Afonso, grupo de escuteiros portugueses no Luxemburgo. O padre Belmiro Narino foi distinguido em várias ocasiões pelo Governo luxemburguês, nomeadamente em 2003 com a Ordem do Mérito do Governo luxemburguês, em 2013 recebeu o título de Cavaleiro da Ordem da "Couronne de Chêne” (Coroa de Carvalho), e foi ainda distiguido com o grau de Comendador e Grão-Oficial da Ordem do Mérito da República Portuguesa.
Em 2012, o padre Belmiro foi entronizado na Real Confraria de São Teotónio, instituição laica, defensora do antigo espírito de cavalaria cristã, com a missão de divulgar a história e cultura de Portugal.
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