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O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou hoje que a Rússia está a cometer em Mariupol “um crime de guerra em massa” e disse que o Presidente russo Vladimir “Putin merece a mais forte condenação do mundo civilizado”.O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou hoje que a Rússia está a cometer em Mariupol “um crime de guerra em massa” e disse que o Presidente russo Vladimir “Putin merece a mais forte condenação do mundo civilizado”.
“A Rússia está a cometer muitos crimes de guerra, é esse o termo, tenho de o dizer. O que se está a passar em Mariupol é um crime de guerra em massa. Estão a destruir tudo, a bombardear e a matar todos, de uma forma indiscriminada. Isto é algo horrível que temos de condenar nos termos mais fortes. É um crime de guerra em massa”, afirmou, à entrada para uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, em Bruxelas.
Apontando que a cidade de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, “vai ser completamente destruída, e as pessoas lá estão a morrer”, Josep Borrell, questionado pelos jornalistas sobre a utilização de mísseis hipersónicos pelo exército russo, disse que “sim, a Rússia está a usar todas as suas capacidades militares, e o problema é que estão a usá-las contra os civis”.
“Não é uma guerra, é a destruição em massa de um país sem qualquer consideração pela lei da guerra. Porque a guerra também tem leis. Moralmente, já perderam, pois o que estão a fazer é à margem de qualquer lei. Putin merece a mais forte condenação do mundo civilizado”, afirmou.
Perspetivando as reuniões de hoje, que dirigirá enquanto Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Borrell disse que será “um dia muito longo”, pois haverá reuniões em três formatos, ao nível de ministros dos Negócios Estrangeiros, de ministros da Defesa, e um Conselho conjunto, o chamado “Jumbo”.
Borrell disse esperar que durante o dia de hoje os 27 aprovem a chamada “Bússola Estratégica”, o documento orientador da nova política de defesa e segurança da UE para os próximos 10 anos.
“Não é a resposta para a guerra na Ucrânia, mas é parte da resposta. Temos estado a trabalhar há dois anos neste documento e quando começámos não podíamos imaginar que na altura da aprovação a situação fosse tão má e enfrentássemos um desafio tão grande”, comentou.
Segundo Borrell, este “é o momento de repensar o futuro das capacidades da Europa para fazer face a desafios como a guerra” e os Estados-membros “têm de aumentar as suas capacidades, fazendo-o de uma forma coordenada”.
“Vamos trabalhar para sermos mais fortes militarmente e usar as nossas capacidades de uma forma mais coordenada”, disse.
Este Conselho “Jumbo” - a designação dada às reuniões conjuntas de chefes de diplomacia e ministros da Defesa – tem lugar no início de uma semana particularmente movimentada em Bruxelas, com a celebração de uma cimeira extraordinária de líderes da NATO, quinta-feira, e um Conselho Europeu, quinta e sexta, que terá como convidado o Presidente norte-americano, Joe Biden, e durante o qual os chefes de Estado e de Governo deverão adotar a «bússola».
Os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE, entre os quais Augusto Santos Silva e João Gomes Cravinho, em representação de Portugal, reunir-se-ão em três formatos ao longo do dia de hoje, arrancando os trabalhos de manhã apenas ao nível dos chefes de diplomacia, após o que se seguirá, da parte da tarde, o Conselho “Jumbo”, e, já ao início da noite, reunião de ministros da Defesa.
Enquanto a agressão militar russa à Ucrânia dominará, uma vez mais, as reuniões de chefes de diplomacia e de ministros da Defesa – nesta última com a participação, por videoconferência, do ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov -, o Conselho “Jumbo” será consagrado então à aprovação do documento que traça a nova política de segurança e defesa do bloco europeu para os próximos 10 anos, a ser formalmente adotado pelos líderes da UE no final da semana.
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