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No âmbito de passeios culturais pelo concelho, á procura de pedras de armas ou brasões para um inventário em curso, o genealogista e heraldista Miguel Ayres de Campos – Tovar, doutorado em História Medieval em Londres, descobriu uma tampa de sarcófago quatrocentista (?), abandonada num depósito de pedras!
O achado arqueológico vai merecer um estudo, pois trata-se dum testemunho de túmulo medieval, semelhante ao arcossólio datado de 1391, existente na capela românica de Santa Eulália, em Refóios de Lima, revelou o investigador residente em Londres, mas com estadas nos seus solares de Ponte de Lima (Sá) e Barcelos (Abade do Neiva).
A tampa da arca tumular descoberta a meia dúzia de quilómetros da sede do município, contém iconografia, com a representação duma cruz de Avis gravada, o que pode testemunhar tratar-se da última morada dum fidalgo cavaleiro daquela Ordem. Registe-se, que essa instituição surgida pelo século XII para defender Évora dos mouros foi extinta com o governo provisório da República, mas reorganizada em 1918 e depois 1962, como Ordem Honorífica tendo como Grão-Mestre o Presidente da Nação. A tampa do sarcófago, toda ela executada em granito da região, é ilustrada com a cruz de pontas terminadas em flor de lis, também gravada em moedas mandadas cunhar pelo rei D. João III, designadamente o meio tostão que circulou desde 1555.
Na opinião do gestor de coleções privadas de arte em Inglaterra, Miguel Campos, sugere que a tampa do sepulcro com 700 anos ou mais, seja “exposta condignamente no adro da igreja paroquial”, em cujo templo servira até anos atrás, de soleira da porta lateral, segundo testemunhos de paroquianos.
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