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Um sonhador! Um homem de trabalho! Um homem atento aos outros! Um homem de solidariedade! É João Pina.
João Pina é um empresário na área da construção e limpeza de resíduos, emigrado em França desde os seus 19 anos e actualmente é um dos mais dinâmicos e solidários empresários da diáspora. É natural da Guarda e quando chegou à terra gaulesa e teve que superar alguns obstáculos inerentes a quem procura em outro país uma vida melhor e, ainda, teve um acidente grave que fez com que ficasse em coma vários dias, e que concorreu para que se tornasse um zeloso devoto de Nossa Senhora de Fátima e um homem dedicado às causas sociais.
Presentemente administrador do Grupo Pina Jean, sediado nos arredores de Paris, um conjunto de seis empresas com atividades em áreas como a construção civil, limpeza e reciclagem de resíduos, que o elevam a um dos mais relevantes empresários luso-franceses, o êxito que João Pina, conhecido em terras gaulesas por Jean Pina, alcançou ao longo das últimas décadas no mundo dos negócios, tem sido reiteradamente acompanhado de uma inequívoca solidariedade em prol da comunidade portuguesa em França.
O espírito solidário de João Pina foi, em Novembro de 2019, concretizado quando o empresário constituiu a Fundação Nova Era Jean Pina. O lema da instituição “Solidariedade em Movimento” revela a sua missão, ou seja, dinamizar a cooperação entre França e Portugal através da promoção, apoio e desenvolvimento de projectos de solidariedade para com as pessoas mais desfavorecidas e vulneráveis, como idosos, crianças institucionalizadas e desempregados.
Luso.eu foi conhecer este homem e o que o faz mover …
Lusoeu - Quem é João Pina?
João Pina – Sou um cidadão genuinamente beirão. Nasci no Concelho da Guarda, mais concretamente na aldeia de Meios. Um “Cantinho” de Portugal, em que a Capital de Distrito, a Guarda, é também conhecida pela Cidade dos 5 Fs - Forte, Fiel, Formosa, Farta e Fiel.
Com humildade o refiro, mas gosto de ajudar quem mais precisa com o que na verdade a vida me tem concedido a pulso e com muito trabalho. Trabalho quase diariamente com os elementos da minha equipa, não os considero só como meus colaboradores, somos uma verdadeira família. Sou, assumidamente um homem de causas Sociais e um ser que coloca a família como um pilar – tenho 3 filhos e uma neta.
LE - Há quantos anos está emigrado em França?
JP – Emigrei aos 19 anos para Paris à procura de uma vida melhor para mim e para a minha família (já era pai) - tudo o que fazemos pelos nossos filhos é sempre pouco, essa é a verdadeira essência da felicidade. Há 35 anos ser emigrante tinha desafios que hoje, felizmente, já pouco se notam, o desafio da língua francesa foi um deles.
LE - Qual o seu sector de actividade?
JP – Neste momento, sou o Presidente do Grupo “Pina Jean”, um grupo de 6 empresas na área da construção, limpeza e separação de resíduos que tem sede nos arredores de Paris.
LE - Porque esta necessidade de fazer solidariedade?
JP – Eventualmente porque tive uma grande lição na vida. Quando emigrei para França, fui porque um tio me ajudou, passados 3 anos comecei a trabalhar por conta própria e o dinheiro que recebia no final do dia /mês permitia-me alguns períplos pela Cidade das Luzes, pelo encanto de uma cidade que “não dorme”, cometi algumas estravagâncias e um dos dias ao atravessar a rua, fui brutalmente atropelado. Todos julgavam que não havia nada a fazer. Após vários dias em coma, acordei quase sem um arranhão, para mim a explicação lógica tinha sido a mão da minha Padroeira e por quem tenho grande devoção, Nossa Senhora de Fátima. Na minha casa tenho um pequeno Santuário, onde diariamente lhe ofereço o dia, onde agradeço todas as dádivas e as perdas necessárias .
A partir dessa altura deixei de beber álcool por completo, aliás continuo, presentemente, a não beber álcool.
Comecei a olhar de outra forma para a vida e por aquilo que poderia fazer pelo meu semelhante
LE - Quando e porque surge a Fundação Nova Era?
JP – A Fundação “Nova Era Jean Pina” foi legalmente constituída em Novembro de 2019. Foi formada com o intuito de formalizar a ajuda de todos e essencialmente para quem colabora possa ter o respetivo recibo da Sua dádiva. A Fundação tem como objectivo principal fazer da solidariedade um factor de cooperação entre França e Portugal, assim como, colaborar com a Diáspora Portuguesa, em especial, em França.
Pretende igualmente, promover apoiar e desenvolver projectos solidários para com as pessoas mais desfavorecidas e vulneráveis- idosos, crianças institucionalizadas e desempregados.
A sede da Fundação é em França, em CARRIERES-SOUS-POISSY/ Departamento de Yvelines/ Île de France, mas apoia igualmente iniciativas de caráter Social em Portugal, mais especificamente na Região da Guarda.
LE - Porque a necessidade de se constituir em Fundação?
JP - já referi, considero que uma Fundação legalmente constituída traz vantagens para quem dá mas também para quem recebe. Assim tudo fica como evidencia que recebemos, do que damos….
LE - Não seria uma ideia se associar a uma instituição ou algo do género?
JP – Para já não está prevista essa situação, ajudamos várias, não só uma. Consideramos, neste momento, ser este o melhor caminho.
LE - A Fundação tem parceiros nesta caminhada? Quais?
JP – Cada pessoa que se associe a esta fundação é um parceiro. Após a multiplicação de contactos, . muitos foram os que se juntaram a esta Fundação. Neste momento contamos com mais de 500 aderentes espalhados pelo mundo. Foram firmados protocolos de colaboração com várias
Associações a nível Mundial e possui Embaixadores, também eles, espalhados no mundo. Falo por exemplo, a nível de Embaixadores do senhor Comendador José Morais | USA, da Liliana Bento |Luxemburgo, do Emanuel Andrade | Alemanha, do Nuno dos Santos | Suíça, do Vítor Alves | Bélgica, da Patrícia Correia | Lyon France, da Salomé Pereira | Havre France, da Rosa Sanchéz | Espanha, do Daniel Bastos, do Emanuel Pais | Portugal , da Teresa Costa | Cabo Verde
LE - Existem protocolos com esses parceiros? Quais?
JP – Sim e mais uma vez fruto de muito trabalho de todos os elementos que constituem a Fundação, temos protocolos assinados com a Associação “Ajudaris”; Associação “Luso-Poissy”; Associação “Cap Magellan”; Lar e Centro de dia de Santana de Azinha – Guarda; Associação “Hirond'ailes”; Empresa "Novadelta France” do Grupo Nabeiro; Companhia de Seguros “Império”; “Pastelaria Belém” em Paris, Supermercados “Panier du Portugal”; Órgãos de Comunicação (rádios e jornais) espalhados pelo mundo; Câmara de Mangualde; Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo; Câmara de Celorico da Celorico da Beira, Câmara de Almeida; Junta de Freguesia de Guarda; Aldeia de Crianças SOS, cidadãos privados, entre outros.
Está para breve firmar vários protocolos com Instituições da Cidade de Fafe, nomeadamente, com o Município, Delegação da Cruz Vermelha e Museu da emigração.
Na minha mais recente visita a Portugal- esta semana, fui convidado para apadrinhar a Delegação da Guarda do Centro de aconselhamento e Orientação de crianças e jovens da Fundação Portuguesa, a comunidade contra a Sida e o consultório solidário que irá funcionar no “Quarteirão das Associações”, na Guarda.
Está também, em fase final de concretização a assinatura de um memorando entre a Secretaria de estado das Comunidades Portuguesas, a Fundação Nova Era e a Federação Iberoamericana de Luso Descendentes, em que iremos apoiar Luso Venezuelanos com cerca de 200 cabazes neste Natal. Será um momento muito importante para esta Fundação. A Senhora Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas está a apoiar este acordo, aliás é um dos elementos que irá assinar o mesmo.
LE - Concretamente a Fundação Nova Era auxilia quem?
JP – Idosos, Crianças Institucionalizadas, lusodescendentes e quem nós saibamos que verdadeiramente precisa.
LE - Para que a Fundação Nova Era auxilie alguém ou apoie uma causa é preciso?
JP – Como referi as entidades ou pessoas privadas são previamente “ sinalizadas” e nós colaboraremos da melhor forma possível, através da cedência de bens alimentares e ou outras situações que possam ser necessárias.
LE – Onde a fundação opera?
JP – Como referi a Sede da Fundação é em França e opera onde verdadeiramente é necessário, mas particularmente em França e Portugal, contudo já ajudamos outros países do Mundo como é por exemplo o caso do Brasil.
LE - Esta não deveria ser uma causa de cada governo?
JP – Sim , na verdade deveria ser. Mas todos sabemos que não é possível. Há uma “máxima” que me acompanha sempre, “juntos chegamos sempre mais longe”. É o caso dos apoios da Fundação a quem verdadeiramente precisa. Habitualmente e com uma ou outra exceção não damos dinheiro, damos bens alimentares, de higiene e ou outros.
Uma exceção foi o pagamento de uma divida à segurança Social francesa de uma família emigrante, por internamento de um dos cônjuges. A família com 2 filhos estava a viver dias verdadeiramente difíceis agravados pela “Covid 19”. Eu e a Fundação oferecemos comida e a expensas próprias paguei à Segurança Social a dívida do internamento
LE - O povo português é solidário?
JP – É, considero que sim. Na hora todos se mobilizam para o bem maior que é ajudar quem na verdade precisa. Na Guarda, em Paris são vários os parceiros que colocam as suas instalações à disposição para a angariação de bens alimentares falo por exemplo, da Pasteleira Belém em Paris, dos Supermercados “Panier du Portugal” ou do Lar de Santa De Azinha, perto da Guarda.
LE - Quais foram as causas em que a Fundação Nova Era actuou?
JP – Entrega de 600 cabazes em Portugal com 17 produtos cada, incluindo bacalhau, bolo rei, azeite, queijo, enchidos, vinho, enlatados, açúcar, farinha, leite. Os mesmos foram entregues à Camara de Almeida, Celorico da Beira, Mangualde, ao Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo, Junta da Guarda, Freguesia de Meios/Trinta, alunos dos Palop´s que estudam no Politécnico da Guarda, IPSS- Outeiro de S. Miguel em Manteigas e Guarda, Associação “Amigos do Floco “no Sabugal, à Associação “Asas de Solidariedade e ação Social” de Santo Tirso;
Oferta de 200 cabazes à ASSOCIATION LUSO POISSY (25 cabazes) e à SANTA CASA DA Misericórdia de Paris (175 cabazes). Cada cabaz tal como os ofertados em Portugal possuíam 17 produtos diferentes e próprios da época de Natal;
Cedência, em maio de 2020, de paletes de bens alimentares não perecíveis ao projecto de apoio social “Caixa Solidária da Sé” na Cidade da Guarda para apoiar várias famílias em estado de pobreza;
Cedência, em junho de 2020, de várias paletes de bens não perecíveis ao projeto de apoio social “Smilehope” na Cidade da Guarda para apoiar várias famílias em estado de carência;
- Assinatura de Protocolo com a “Aldeia de Crianças SOS”, na Guarda, com caráter anual. Trimestralmente foram ofertados produtos alimentares, de higiene pessoal e de limpeza. Este Protocolo teve início em setembro de 2020; Cedência de bens alimentares a famílias com necessidades em várias regiões de França, semanalmente são entregues bens alimentares em Lyon, Rhône e de Seine Maritime;
Entrega de roupa e calçado em Portugal e França, em Portugal, ao Município de Mangualde;
Pagamento de uma divida à segurança Social francesa de uma família emigrante, por internamento de um dos cônjuges. A família com 2 filhos estava a viver dias verdadeiramente difíceis agravados pela “Covid 19”. Eu e a Fundação oferecemos comida e a expensas próprias paguei à Segurança Social a dívida do internamento;
Alojamento de um português em Paris que vivia em condições sub-humanas. Ofereci uma das minhas casas a preço simbólico, a Fundação deu-lhe bens alimentares para que este qu, era considerado como um “sem abrigo”, possa agora ter uma vida mais digna;
Aquisição e distribuição de 150 livros adquiridos à Associação “Ajudaris”, em Portugal foram distribuídos na Guarda e alguns dos seus Concelhos e em Mangualde. Em França, os livros foram distribuídos a uma associação para que sejam distribuídos a quem mais deles necessita.
LE - Há um evento que já é um marco na fundação, o Natal solidário. Como começou e qual o seu resultado?
JP – Começou há 6 anos a esta parte. De forma individual. Paguei um jantar para 400 pessoas, a partir de aí nunca mais parei. Organizei festas de Natal para Crianças Institucionalizadas e famílias sinalizadas da Cidade da Guarda, ofereci um iPad a um jovem deficiente, entre tantas, tantas outras iniciativas, no Hospital da Guarda, com a Junta da Guarda, enfim, são mesmo muitas as iniciativas .
A primeira iniciativa da Fundação foi a Ceia Solidária realizada na Guarda, em 2019no dia 20 de dezembro (um dia particularmente especial para mim), onde mais de 1100 pessoas se sentaram à mesma mesa e foram distribuídos às 30 instituições presentes mais de 3 centenas de cabazes com bens alimentares próprios da época natalícia. Foram distribuídos igualmente vários contentores com brinquedos, roupa e produtos de higiene. Ofereci uma nova cadeira de rodas a um jovem, vendo assim concretizado um “sonho”.
LE - Este evento este ano vai novamente surgir? Em que data e local?
JP – Estamos a trabalhar há cerca de 4 meses no Natal. Queremos superar o de 2020, um ano de Pandemia que nos trouxe desafios, grandes desafios, que foram largamente ultrapassados. Queremos dar mais e a mais instituições pelo que deixo o apelo, um quilo de arroz, de massa, enlatados são bem-vindos. Junte-se à Fundação para fazer sorrir quem mais precisa.
LE - Outros projectos da Fundação Era que estão na forja?
JP – Neste momento para além do Natal solidário que está em velocidade de cruzeiro, continuar a distribuição de bens alimentares, como o temos feito, até agora.
Eventualmente fazer no presente ano uma ceia muito, muito mais limitada devido à situação Pandémica, tudo depende da evolução da Pandemia e mais duas ou 3 iniciativas que neste momento não quero para já divulgar, estão a ser trabalhadas. No seu tempo irei divulga-las
LE - Esta pandemia veio colocar a nú muitas fragilidades. A fundação tem conhecimento de tal? E apoiou algum em concreto?
JP – Todos , todos os dias nos chegam pedidos, não podemos acudir a todos, mas apoiámos vários como já referi anteriormente, vários lusodescendentes, vários projectos , com a certeza que esta Pandemia agravou em muito as condições dos mais frágeis financeiramente. O desemprego aumentou muito, há necessidades como nunca imaginei haver. Fome neste século em que estamos é algo que me deixa muito triste. Acreditem que há, há muitas famílias que não tem o que colocar na mesa
LE - Por favor, deixe uma mensagem a todos aqueles que necessitam de auxílio, mas também aos que podem marcar diferença a auxiliar?
JP – “Auxiliar os outros é um ato de amor “! Sejamos todos mais solidários, A Fundação existe para ajudar, mas também continua a contar com todos para que consigamos chegar a mais pessoas, a mais instituições. Deixo novamente o apelo, um quilo de arroz pode fazer a diferença a quem precisa. Colabore connosco.