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Na Casa Grande de Sá, localizada na freguesia do mesmo nome, a escassa meia dúzia da vila de Ponte de Lima, realizou-se mais uma Tertúlia Cultural, sob a coordenação e convite, do investigador Miguel Ayres de Campos.
Desta vez, o tema foi Frei Francisco de S. Luís (1766 – 1845), o grande Beneditino, Cardeal Patriarca de Lisboa, Bispo e Reitor da Universidade de Coimbra, Presidente da Academia das Ciências e das Cortes, Ministro e autor de estudos sobre história, lexicografia e arqueologia. Ora, exactamente esta última temática, esteve no centro das conversas, pois a compra num leilão em Lisboa dum seu caderno de apontamentos por parte de bibliófilo limiano, ditou a sua análise e conclusões.
Trata-se assim dum tentame epigráfico, principalmente de recolhas em monumentos, e correspondência dum sacerdote do centro do país ao ilustre académico, para esclarecimento de dúvidas sobre algumas recolhas de letreiros. Da leitura atenta do manuscrito, bem como dum lote de cartas que o Cardeal Saraiva enviara ao Conde de Lavradio, e também adquiridas num alfarrabista, mas do Porto, o investigador Ayres de Campos que reside no eixo Londres – Ponte de Lima – Barcelos, tem entre mãos um estudo sobre tão ilustre Figura Limiana, em áreas de investigação menos conhecidas.
O trabalho em vias de conclusão, obrigou o anfitrião desse histórico solar a deslocar –se á capital do Mondego; o motivo, foi a consulta de dois volumes de correspondência do recordado na tertúlia, também comprados num alfarrabista portuense pela Reitoria local. Voltando à derradeira reunião na Biblioteca de Sá, salientemos as informações genealógicas do arcuense Guilherme de Vasconcelos sobre o homenageado, assim como curiosidades sobre o mesmo. Registemos, por exemplo, a nossa análise à apresentação dum livro que pertenceu ao Cardeal, luxuosamente encadernado e corte de folhas a vermelho, assim como a cópia do ESPELHO GENEALOGICO LIMIANO … onde devem orgulhar –se às famílias… escrito por Fr. Luis dos Serafins em 1843, irmão do supracitado ilustre, onde são evidenciados alguns momentos biográficos menos bons da fidalguia local!!!
Quanto a iconografia, foi reconhecido o valor, interesse e dispêndio financeiro do saudoso bibliófilo Filinto de Morais (1892 – 1960), neste caso quando em 1949 encomendou o retrato do Cardeal Saraiva ao bracarense António Alves, que reproduzimos, desde 1963 no Salão Nobre do município da nossa terra.